UTOPIAS

Prof. Antônio de Oliveira

antonioliveira2011@live.com

Grandes pensadores têm imaginado uma cidade ideal. No livro Utopia, Thomas More esboçou o plano de um estado ideal, à semelhança da República de Platão, onde o governo proporcionasse aos cidadãos condições de vida equilibrada e feliz, ao amparo de normas e instituições politicamente aperfeiçoadas. Essa mesma ideia foi imitada por Campanela, em sua obra A Cidade do Sol. Santo Agostinho também escrevera A Cidade de Deus. Martin Luther King teve seu sonho de igualdade para negros e brancos. Mandela lutou contra o apartheid na África do Sul. Na segunda metade do século passado, Itaúna e Itabira receberam o título de Cidade Educativa, um projeto da OEA. De modo geral, o conteúdo desses sonhos inclui tolerância, sem discriminação de raça, de cor, de sexo, de ideologia. Um espaço sem violência, com trabalho para todos e sem privilégios de classe. Sem dúvida, uma utopia, mas uma utopia, se não inteiramente realizável, pelo menos com propostas justas e exequíveis em que devemos acreditar e com as quais devemos sonhar. Utopia, sinônimo de esperança de felicidade. Como nos versos de Casimiro de Abreu: "O mundo – um sonho dourado, / A vida – um hino d'amor!"

A construção de Brasília é tida como realização de um sonho de Juscelino Kubitschek, por sua vez também realização de um sonho de Dom Bosco, tanto que, projetada também por Oscar Niemeyer, foi edificada a Ermida Dom Bosco, hoje um dos pontos turísticos de Brasília. Dom Bosco previu o aparecimento de uma “grande civilização, a terra prometida, onde jorrará leite e mel; será uma riqueza inconcebível”. Sem dúvida, e infelizmente, Brasília não representa, na prática, uma sociedade ideal, uma civitas, um polo catalisador dos anseios nacionais. Mas que é única, é. Diferente de todas as cidades do mundo. Vale, pois, considerar a importância de sonhar e ser efetivamente empreendedor. A realidade de hoje de alguma forma é resultado de sonhos do passado, como o mundo de amanhã também será uma consequência dos sonhos que sonhamos no presente. Tudo depende de fugir aos pesadelos e acreditar nos sonhos. A propósito, esta crônica foi sonhada tendo em vista ensaio fotográfico artístico, de Márcio Carvalho, em comemoração dos 50 anos de Brasília.

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 04/09/2011
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