11 de setembro de 2001 - Onde estava você?



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    Naquela manhã de terça-feira, aproveitei o intervalo do cafezinho na atividade que participava em um hotel vizinho de minha casa e vim pegar umas pastas. Enquanto procurava o que precisava, a chamada de urgência do JN anunciou o ataque.
   Perplexa, vi a imagem do avião atingindo uma das torres gêmeas. Chamei meu companheiro e ficamos ouvindo pasmos as notícias do ataque. Mudei para a CNN e as imagens terríveis da destruição nos hipnotizava.
   No segundo ataque achei, por alguns segundos, que era reprise do primeiro. Depois, o tom de desespero do repórter me fez perceber que era um segundo avião. De volta a atividade, no saguão do hotel, as pessoas estavam também diante da TV, ouvindo atentas e apreensivas o desenrolar dos acontecimentos.
   Naquele não tão distante 11 de setembro de 2001, ao menos no meu entender, alguns mitos se desfizeram. A vida toda acostumada ouvir e ver os EUA invadindo e atacando países, vi em tempo real a partir do segundo ataque, mais um capítulo doloroso da guerra pelo poder que protagonizava, agora em sua casa.
   Leitora de carteirinha dos livros de espionagem me perguntava, ainda perplexa, onde estava a CIA... A imagem infalível fortemente divulgada em dezenas de filmes e livros se misturava a poeira dos entulhos das torres gêmeas e ao horror de milhares de vidas ceifadas e contabilizadas em mais um episódio terrível da história recente da humanidade.
   Mas, para minha alegria, nas primeiras horas desse atual 11 de setembro, me vi numa roda de prosa muito animada, após um show com músicos moçambicanos e alagoanos encerrando a programação cultural da II FLIMAR e todos eles à época com 12, 13 ou 14 anos, comentavam onde estavam no fatídico 11 de setembro. Parte deles na escola, outros vendo desenho animado na tv e alguns não lembram.
   O mundo mudou bastante desde aquele dia. Ouvi atenta a conversa da rapaziada e pude constatar que  tomaram o rumo da vida sem perder de vista o respeito à vida humana. Hoje alguns ainda na universidade, outros já profissionais, politizados, críticos, sérios mas com a leveza e o frescor que só a juventude é capaz de ter.
   Quando me perguntaram e você, professora, onde estava naquele dia e eu respondi - No mundo - eles riram e entenderam, pois é assim que eles estão: no mundo.
   Eu continuo no mundo. E você? Onde estava? Onde está?