A Revoravolta da História

A reviravolta da História

Em 1.516, pouco mais pouco menos, um grupo de aventureiros, escassos anos depois da chegada dos portugueses ao Novo Mundo, subiu o grande rio que os nativos denominavam de Opara. Anos depois, ultrapassando as cachoeiras e as corredeiras, chegaram às calmas águas de Juazeiro, imaginando encontrar ouro e pedras preciosas.

Por 200 anos ou mais, exploraram sal, única riqueza encontrada, plantaram cana, criaram cavalos e gado. Estabeleceram uma firme rota de comércio com o sul e com o litoral e deram àquela região o nome de Juazeiro, a mais florescente de todas em centenas de léguas sertão em volta.

Juazeiro nascera predestinada a ser a princesa do rio, já com o nome de São Francisco, a influir na política, a ser importante economicamente, a ser símbolo de riqueza, de alegria e ponto de chegada para quem queria, no meio do sertão, viver as alegrias das cidades grandes e cultas.

Por anos, mais de uma centena de anos, foi assim. Mas, tal qual dama que de descuida de sua formosura e deixa acontecer o tempo sem que se cuide, Juazeiro foi perdendo formas, vigor, deixando estranhos tomarem conta e sem retribuir amor, acabou como tantas, perdida, sem emprego, sem futuro, sem perspectivas.

Rodou a roda da história e os donos, os herdeiros e os filhos de Juazeiro não se aperceberam e agora, sem forças, reclamam de tudo o que acabou e que não volta ou que está do lado do lá do rio.

Onde buscar novos caminhos e mesmo se há novos caminhos; onde encontrar perspectivas e ou facilidades, se todas as luzes apontam para as novas cidades, os novos negócios e mesmo o novo investimento exige de nossa gente sacrifício e não compensa o que devolve em desenvolvimento e lucro.

A Roda da História rodou e com ela os sonhos e as esperanças de toda a gente que se considerava herdeira permanente do progresso do passado.

Adeus Juazeiro.