O inverso do verso, parte 3 - O começo de um sorriso.

É assim que é felicidade?

Quando o sangue se esvai da face, o tal coração com batidas descompassadas, ora devagar (demais), ora acelerado em um ritmo frenético.

Alguns minutos sem se dar conta do que acontece, e quando num estalo, se é trago ao chão num solavanco de dor agradável,

Começa a brotar no canto de um canto acima da boca desse dizedor de não sei o que, a primeira gota de um rio corre seu curso e deságua no seu ombro, e no seu, e no seu, e no seu...

Cessa para fora e inunda para dentro.

Tantas palavras que não ditam emoções...

Quantas tristezas no fundo de felicidades.

Quantos autores tem meus pobres rabiscos? Todos, alguns, você ou eu.

Não faz sentido, e o que faz é o que faz ao lado de tantas sementes, vestidos, enxadas, guerreiros flagelados, de tantas Bahias, com seus inúmeros cemitérios, de tanto... cadê?

- O que?

- As coisas.

- Quais?

- As que trazes nas mãos.

- Mãos?

- Sim.

- Quais?

- As que tocam as minhas, e que me dizem o quão feliz estão de sentirmo-nos felizes, transformando com sorrisos próprios de si, o mundo que cada um carrega assim, nem tão complicado pra mim.

Jean Michel
Enviado por Jean Michel em 16/09/2011
Reeditado em 30/09/2011
Código do texto: T3222359
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