Relações Humanas

Eu não te entendo, você não me entende...eu falo e você não me escuta, você fala e eu não consigo te ouvir...

As suas palavras me machucam, os meus argumentos te agridem...

E aí sentimos raiva um do outro...uma raiva que encobre uma grande tristeza porque no fundo nos sentimos incompreendidos...não temos o apreço e o reconhecimento do outro e sofremos porque...não nos sentimos amados...

Não importa se a nossa relação é de casal, de amizade, de negócios,de longa data ou recente...

Assim é.

E se pararmos de discutir e fizermos uma trégua só por alguns instantes?

E se desistirmos de querer ter razão a qualquer custo?

E se ficássemos um pouco quietos?

E se por um momento fizéssemos um movimento em direção a compartilhar o que há de mais humano em nós?

E se deixássemos de ser um eu e outro eu para sermos simplesmente nós?

Se procurássemos a via da compreensão, ainda que discordando do ponto de vista um do outro?

E se atentássemos para a verdade de que por mais que cada um tenha a sua própria razão, nunca existe apenas um lado da questão...

E nem uma única via de interpretação dos fatos?

E se procurássemos somar ao invés de nos aniquilarmos com palavras,ofensas, rancores, ressentimentos...

E se fizermos um exercício simples, nem que seja apenas na imaginação...

Se colocarmos a palma da mão no centro do peito do outro e só...

só fecharmos os olhos, ficar aí nesse lugar, em silêncio...respirando...

apenas sentindo, respirando...soltando as amarras...só por alguns instantes?

E se permitirmos apenas estar assim, sem palavras, deixando que a emoção se expresse sem medo nem vergonha...

Quem tiver vontade de chorar que chore e que o outro acolha...apenas...

E se ambos chorarem, tudo bem... e se tiverem vontade de se abraçar, tudo bem...

Como seria se as pessoas confiassem mais em si mesmas e não desistissem?

Se percebessem que há uma via pacífica e um caminho para se avançar em amor...?

E se tentassem algo diferente em seus relacionamentos?

Deixando de reagir como autômatos, reféns do ego, prisioneiros da criança ferida...

E se tomarmos uma atitude madura nos conflitos e confrontos, olhando um nos olhos do outro com respeito e serenamente, como a olhar para um espelho...

E se fosse uma atitude nascida da calma e da boa vontade...

Quem sabe, não mais que de repente...profundamente...poder-se-ia vislumbrar algo...

Talvez receber a graça da clareza para o próximo passo...

Lídia Carmeli
Enviado por Lídia Carmeli em 16/09/2011
Código do texto: T3223998
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