Respeitando as leis

Não sei se por medo ou por respeito, o fato é que os cidadãos tendem a seguir as leis no Canadá. Não é preciso um guarda na espreita para que um motorista respeite o sinal de STOP ou para que alguém limpe a calçada após a nobre defecada do seu cão. Talvez por exemplos como este, a população conquistou uma certa reputação de confiável.

Então, se te mandam encostar o carro em uma blitz e você alega convincentemente que só bebeu uma cervejinha, o policial vai retribuir com um educado conselho para dirigir com cuidado. No Rio de Janeiro, uma situação dessas acabaria em bafômetro ou porrada. Nem tanto pela justificativa da Lei Seca, mas principalmente porque os donos do poder adoram se impor.

Já no metrô, os funcionários não se preocupam em checar o valor que você paga pela tarifa. Supõe-se que todos serão honestos na hora de depositar as moedas na caixinha. E funciona, porque a mentalidade não parece estar inclinada ao oportunismo. Pelo menos não nessas situações.

É semelhante ao que acontece em restaurantes. O garçom entrega a conta e desaparece. Você pesa quanto deve dar de gorjeta, larga o dinheiro na mesa e vai embora. Ninguém corre em pânico para conferir se está faltando grana e ninguém tenta se apossar da pequena fortuna que está ali, largada. No Brasil, mentes cretininhas fariam muitos sucumbirem à tentação de passar a mão na bufunfa. Pensariam "Ora... Por que não?"