Comerciais

Se existe algo que desperta meu lado mais antipático, mais desagradável, são certos comerciais que rodam na televisão. Se acontecessem na vida real e comigo, acho que sairia na pancadaria com a pessoa que o protagoniza.

Um deles mostra uma mulher descendo de uma escada rolante, vinda de alguma viagem e a moça do comercial a puxa pelo braço perguntando, sem aguardar resposta, se ela deseja participar do teste de um branqueador de roupas. Arranca a própria blusa, num gesto extremamente eloqüente, tanto que chega a ser cômico. Sempre espero que ela arranque a tal blusa, sem ter outra por baixo!

A coisa é de uma estupidez muito grande para minha capacidade de condescender. Abomino ser pega de surpresa, ofertas impostas, pressão de qualquer natureza.

Eu sei que é apenas um comercial, mas penso que seus criadores pecam pelo excesso de “impetuosidade” imposto. Já fui vendedora e não usávamos de agressividade com os clientes. Levávamos com sutileza, com delicadeza.

Quando entro em algum estabelecimento com a finalidade de comprar alguma coisa, prefiro sempre dar uma olhada antes, sem ser pressionada por vendedores. Necessitando de ajuda, chamo alguém.

Se uma pessoa me puxasse pelo braço, como aquela do comercial faz, eu chamaria a polícia e a acusaria de agressão. Coitada, ela só está seguindo um script. Com uma cara de convencida, crente que é tudo verdade o que ela fala.

E o sabão acaba vendendo, nem que seja pela curiosidade de confirmar se ele realmente branqueia mais que os concorrentes.

Mas, tem uma coisa que eu gostei no comercial. A vendedora tem uma unha muito bonita e bem pintada.