TRAGÉDIA NA ESCOLA EM SÃO PAULO
 

           Hoje, na Escola Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul, São Paulo, por volta das 15h50, um garoto de apenas 10 anos de idade atirou contra a sua professora Rosileide Queiroz de Oliveira, de 38 anos, que se encontrava de costas, escrevendo na lousa. Em seguida, ele saiu da sala e atirou na própria cabeça. No momento dos disparos, havia 25 alunos no local. O menino foi levado para o Hospital de Emergência Albert Sabin, onde teve duas paradas cardíacas, e não resistiu ao ferimentos. Ele morreu por volta das 16h50. A professora, baleada próxima as costas, na região do quadril, foi levada de helicóptero para o Hospital das Clínicas, na zona oeste de São Paulo. Além do ferimento provocado pelo tiro, Rosileide sofreu uma fratura na patela direita. Seu estado de saúde é considerado leve/moderado e ela não corre risco de morte.
          Fica a pergunta que não quer calar: o que levaria um garoto, uma criança de apenas 10 anos de idade a cometer um gesto tão tresloucado, que não se encaixa sequer no perfil de comportamento de um adulto? Que pensamentos toscos e turvos se apossaram de sua mente, a ponto de desconectá-lo com a realidade? Que valores e princípios lhe foram passados pela família e pelos educadores? O que significava para ele a palavra VIDA? E a palavra MORTE?
          De uma coisa eu estou certo: esta pobre criança, em nenhum momento teve a clareza, o discernimento, o conhecimento da gravidade do seu insano comportamento. Mas, será que foi insanidade ou foi fruto da massificação de tragédias similares divulgadas com tanto estardalhaço pela mídia? Junte-se a isso o fato de as crianças estarem jogadas à sua própria sorte, uma vez que seus pais estão ocupados demais para dar-lhes um pouco de carinho, atenção, orientação, inserir em seus corações e almas os princípios éticos e morais, a valorização da vida...
          De repente, é preciso matar e morrer para que as pessoas possam, enfim, escutar o grito, tantas vezes repetido, porém, jamais ouvido: "Ei, gente, eu estou vivo!" 
          É garoto! Que pena! Na busca desesperada para demonstrar que estava vivo, você partiu, saiu de cena, abandonou o palco do teatro da vida. Antes que as cortinas se fechem, sepultando para sempre o seu ingênuo corpo, permita que derramemos nossas lágrimas, numa inútil tentativa de lavar o pecado que inexiste em você!
          Pai, perdoa, ele não sabe o que fez!  Acolhe em teu reino esse anjo que só queria ser importante para alguém. E se ainda vos sobrar misericórdia, Pai, perdoa a nossa insensibilidade, perdoa a nossa real insanidade, perdoa a nossa estupidez.



Alexandre Brito - 22/09/2011
(*) Imagem: Google
          



Alexandre Brito
Enviado por Alexandre Brito em 22/09/2011
Código do texto: T3235431
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