APOSENTADORIAS

Aposentadorias – a bem da verdade, trabalhar só depois dos trinta...

Outro dia ouvi no telejornal de uma determinada emissora um assunto que muito me chamou a atenção: aposentadorias.

Belo termo! Felizes ficam aqueles que conseguem chegar são e salvos a esta época – azar, por assim dizer, daqueles que não conseguem exercê-la em plena consciência.

Mas não me atenho a isto. Atenho-me às condições que estão sendo colocadas pelos senhores políticos – pretendo não citar nomes para não dizer que puxo a sardinha para determinado partido – adianto, sou apenas eu (quando escrevo)!

Aposentadorias – em específico – para funcionários públicos. Você já imaginou aposentar com 60 anos? Já não sei se isto eu posso interrogar ou exclamar ironicamente! Mas, direi que é o máximo!

Veja você algumas profissões que com esta idade já não é mais viável: um atendente de determinado setor público – imagine-o surdo atendendo? ou, outro setor qualquer... não, vamos falar do que eu realmente entendo – educação.

Educação. E por que não? Um profissional da educação dentro de uma determinada sala de aula com sessenta anos – sabe como será chamado? De “vô”! A palavra tio/tia cairá em desuso (só não cairá no arcaísmo porque permanece o grau de parentesco entre os familiares). Mas imagina você ou seus filhos tendo que aturar um ‘garotão’ de sessenta anos dentro de uma sala de aula?

Imaginou?

Pois bem, não será nada legal suportar o ‘garotão’. Muitas vezes surdos, com a voz já ultrapassada – e lá vem aqueles com tais piadinhas: Experientes! Nada disso. Experiência é bom, mas quarenta anos de experiência é muita bagagem para um ser vivo só! Claro que ironicamente falando.

Outro dia eu fiz as contas: comecei a trabalhar com carteira assinada desde os quinze anos, entrei no magistério público aos vinte e um – funcionário efetivo do quadro. Só de magistério, quando completar sessenta anos, terei trinta e nove anos de profissão. Arre!!! Coitados dos alunos – digo por mim mesmo e por dó deles!

A bem da verdade, daqui a alguns anos – se isto realmente acontecer – teremos que avisar aos menos avisados que trabalhar só faz bem depois dos trinta...

Mas, tais absurdos não devem acontecer. Creio eu que direitos adquiridos devem ser respeitados em qualquer lugar. Ainda não li plenamente algum artigo que venha de encontro às minhas necessidades de compreensão, mas creio que as coisas devam andar por estas vias de entendimento – espero que muita coisa ainda mude e sejam respeitados os direitos adquiridos de cada cidadão trabalhador – independente da categoria que pertença.

06 de maio de 2003.

Prof Pece
Enviado por Prof Pece em 21/12/2006
Código do texto: T324784