imagem: ajlinguasolta.blogspot.com


Meu processo criativo


 
Eu não tenho “um processo criativo”... A “coisa” acontece comigo, de uma forma que eu não sei dizer. Só sei que acontece. Eu não paro, sento e digo: Vou escrever poesia. Eu não olho para algo e penso em poesia... Já teve tanta coisa linda que eu fiquei olhando, admirando... Achei que merecia uma poesia mas, não fiz porque ELA não compareceu. Talvez eu não tenha treinamento para dominá-la ou não saiba o “ritual” para invocá-la. Mas é justamente isso que eu gosto: a surpresa. Fazer algo por “instinto” é como exercitar o animal pra farejar a presa, e dominá-la sem nenhum conhecimento de artes marciais.

O poeta Mario Quintana, no texto intitulado de Carta, diz: “Não sei como vem um poema. Às vezes uma palavra, uma frase ouvida, uma repentina imágem que me ocorre em qualquer parte, nas ocasiões mais insólitas”. Se ELE não sabia, imagine eu.
 
 

Mario Quintana. Em: Carta.
Coleção Melhores Poemas. Pag. 90
Minc FNDE – PNBE – Global Editora

18.07.2011