ESPELHOS D'ÁGUA!

Espelhos d’água!

Me disse uma vez um velho homem que uma lagoa mansa e calma, ou uma poça de água límpida, poderiam ser os espelhos da alma, já que através de nossos olhos poderíamos nos ver no mais escondido dos recantos.

Lembrou de que não é difícil se encontrar em um jardim com um lago, alguém sobre suas águas debruçadas, admirandas a própria imagem ou buscando ler o futuro. É fácil dizia também, imaginar a tristeza e frustração se algo batia contra a superfície tranqüila desmanchando a imagem, mesmo que fosse uma pétala de flor.

Garantiu também ele que eu poderia encontrar o espelho de minha alma se me dispusesse a vê-la através de um espelho d’água de um lago ou até mesmo de poça de águas límpidas depois da chuva, e que com toda certeza a veria como ela é ou eu a ela faço, calma, serena, tranquila e sem dores.

O velho homem garantiu-me ainda que os suspiros de jovens apaixonados são ouvidos pela alma da paixão quando deixados a beira de um espelho d’água, e que também os pedidos de inspiração para a vida encontram reflexo na calma e mágica imagem que de nós nela fazemos.

E este mesmo velho homem, disse-me ainda com os olhos transformados em espelhos do coração, de como é triste ver que algumas pessoas tentam alcançar a vida, através de um espelho d’água misturado ao barro de seus atos, e que depois, por mais que tentem, jamais conseguem deixar seus espelhos d’água com a tranquilidade da alma.

Mas uma das coisas que jamais consegui também esquecer, foi seu conselho de jamais beber da água no seu curso comum, mas sempre procurar a mais cristalina o mais próximo possível da fonte nascente, porque só ali encontraria seu sabor e cor originais, sem os ruídos de cascatas que poderiam ater abafar, a verdade.

Antonio Jorge Rettenmaier, Escritor, Cronista e Palestrante. Visite nosso blog em www.ajorgespaceblog.com.br e mande seus comentários para ajrs010@gmail.com. Esta coluna está em mais de oitenta jornais no Brasil e Exterior.