NA ALEGRIA E NA TRISTEZA

TRISTEZA E ALEGRIA (ARCANJO ISABELITO SALUSTIANO)

Que Sócrates era um sábio isso quase todo mundo sabe. A sua frase mais conhecida é “sei que nada sei”. Sabido que nem ele só, escamoteava seus conhecimentos através da negação. Sua mãe, parteira, ajudava dar à luz os nascidos de seu tempo. Inspirado nela, Sócrates desenvolveu um método que a filosofia chamou pelo difícil nome de maiêutica. Consiste basicamente em arranjar um interlocutor, enchê-lo de perguntas e ir elaborando novas perguntas a partir das respostas. Entre uma resposta e outra ele ia parindo novos conhecimentos. E deixava o cidadão cheio de nuvens na cabeça. Acredito que não havia ninguém que depois de uma boa prosa com Sócrates saísse a mesma pessoa. No mínimo ia querer mudar, senão o mundo, pelo menos a si mesmo. Afinal, “conhece-te a ti mesmo” é outra frase bastante conhecida do grande filósofo.

Descobri que pelo menos perguntar é o que mais gosto sem fingir que nada sei, pois não sei mesmo e fiquei reparando como é que a gente trata de forma diferente as alegrias e as tristezas. Na alegria eu já notei que encontra-se pouca gente para compartilhar e na tristeza ou alguma dor tem-se uma boa dose de solidariedade. Não que a alegria necessite de amparo. Mas será que o mundo é tão sofrido assim que só precisamos estar solidários do lado de alguém apenas quando essa pessoa está mal? Ou será que uma alegria incomoda muita gente?

A dor costuma ser medida em termos de comparação. Quem nunca ouviu aquela expressão: “tem gente muito pior do que você”(?) A alegria pode ser compartilhada apenas no flagrante e mesmo assim para o alegrado dura apenas aquele instante mágico, especial? Se a tristeza é senhora como já disse um poeta, necessitaria de cuidados maiores? Também houve quem dissesse que a alegria é como criança. Então, não precisaria de muita atenção e ajuntamento em torno de si? A alegria é egoísta? Por que na dor a gente deixa entrar o mundo em nossa casa, chama o universo em socorro e abraça tudo com emoção comovida? Na alegria só costuma chamar os mais chegados, amigos e familiares, quando muito. Na alegria a gente costuma até pagar a conta da comemoração. E na dor? Não costuma socializar a emoção e a conta também? A comoção que nos atinge quando estamos ao lado de alguém triste não é um sentimento oposto a quando estamos ao lado de alguém alegre? Quer dizer, não nos envolvemos a mesma forma em ambas as situações. Por que?

Eu tinha escrito esta crônica num dia de tristeza. Acontece que minha alegria costuma ser maior ou eu dou menos importância à tristeza. Então guardei e nem sei o motivo de não publicá-la. Agora, lendo notícias encontro algo curioso. Elegeram a cena mais triste de todos os tempos nos filmes e, na pesquisa, descobriam algumas coisas inusitadas, como o fato de as pessoas gastarem mais dinheiro quando estão tristes do que alegres. Assim, termino com bom humor: será que é por isso que as festas 0800 estão cada vez mais escassas?

Leia mais e veja a tal cena aqui:

http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_8/2011/08/09/ficha_cinema/id_sessao=8&id_noticia=42352/ficha_cinema.shtml

josé cláudio Cacá
Enviado por josé cláudio Cacá em 04/10/2011
Código do texto: T3256460
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