ACEITA UM PEDAÇO?

A professora Sueli, carinhosamente chamada por todos de Suelizinha, foi protagonista de uma história no mínimo “deliciosa”.

Decidiu que iria para o encontro com seus jovens alunos acadêmicos, levando um bolo de fubá daqueles que fazemos num piscar de olhos!

Ela aprontou o bolo, cortou em pedacinhos, embalou e quando chegou à calçada, se deparou com a perua que precisava tomar, do outro lado da rua, e gritou para o motorista parar e esperar por ela, no que ele gentilmente a atendeu.

A pequenina (1.60 m) atravessou a rua a passos miúdos e adentrou ao veículo, agradecendo a gentileza do motorista. Tão logo se acomodou, o cheiro do bolo, ainda quentinho, invadiu o ambiente e alguém comentou sobre essa delícia que se espalhou como um tufão, de nariz em nariz e nem motorista, nem cobrador e muito menos os passageiros, ficaram imunes.

Ela então gentilmente perguntou se alguém queria provar um pedaço, mas todos, por educação, disseram que “não”! Entretanto, o motorista disse que aceitaria sim e ela então abriu o pacote e ofereceu a ele um dos pedaços. Olhou para a plateia (perua lotada) e sorriu com uma doçura talvez maior do que a do bolo que havia feito e saiu para distribuir aos passageiros e cobrador aquela delícia que acabara de fazer.

Conclusão: O prato ficou vazio, mas ela estava feliz e explicou aos passageiros quão fácil era a receita dessa delícia, que não levava ovos:

“Vocês coloquem cinco copos sobre a mesa, para terem a certeza de que não irão se esquecer de nenhum ingrediente. Encham um copo com farinha, outro com fubá, um terceiro com açúcar, outro ainda com leite e no último, o óleo (só meio copo, para não ficar por demais gorduroso), uma colher de sopa de fermento, e cuidem de ir misturando os ingredientes, batendo levemente (tudo isso à mão, muito artesanal... rss...) e o grande segredo para que o bolo fique com uma casquinha crocante e deliciosa: untem a forma com margarina e polvilhem com açúcar cristal e canela. Aqueçam previamente o forno enquanto preparam o bolo e abaixem o fogo assim que o colocarem para assar. Deixem por 20 minutos e de quando em vez espetem o palito para ver se está assado. Ao final, o resultado será assim, tal qual essa delícia que vocês acabaram de comer.”

Ao descer da VAN, um dos passageiros perguntou se Suelizinha era paulista, pois ele nunca vira coisa igual, a não ser em Juazeiro de onde ele era natural.

Coisas que essa “baixinha” nos conta com muita propriedade e carinho. De outra feita, dentro do Metrô, ela passou essa receita para um dos passageiros que ficou muito interessado, por saber que não levava ovos (aliás, todos ao redor se beneficiaram com essa receita), mas conclusão: As professoras que estavam com ela desceram na estação e ela continuou no vagão, pois ainda não terminara de explicar como se fazia esse bolo encantado! Encantada é ela!!!!! Adoramos você, “baixinha”, e o que é melhor; num encontro em sua casa, tive o prazer de vê-la em ação, com todos os cinco copos sobre a mesa e enquanto batíamos papo, combinando como seria a minha participação na festa de 3º aniversário da Academia de Letras dos Professores, ela aprontou o bolo mágico!

São assim os nossos momentos literários, alguns resolvidos na cozinha da casa de Suelizinha... Pode?

Mírian Warttusch

MWarttusch
Enviado por MWarttusch em 06/10/2011
Código do texto: T3261196