AMAR COM SEDUÇÃO, SEXO E AMIZADE

- Essa garota não é mais aquela, que você conheceu na escola, está pensando o quê? Ela se emancipou caro amigo Barnabé, você parou no tempo. Ela não quer mais marido, ela quer sair com o cara da vez, e pode ter um filho na hora desejada, um pai para visitar quando o moleque exigir uma identificação a sua semelhança, mas exige provimento em relação à causa e o efeito da relação acabada.

- Isso é clichê de escritor falido, que você está reportando, a mulher nunca foi tão romântica quanto hoje, deixa de ser besta, que desde o século XII, quando condicionaram a rosa, o casamento e a paixão só para a mulher, nunca se viu tanto fervor quanto hoje, elas estão escolhendo a dedo a cara-metade e com amor, é o sonho de Julieta ressurgindo, porque hoje não são mais submissas.

- Xô para lá! Se manca Barnabé, vai puxar o saco agora, está querendo esconder o que não dá para tapar, nenhuma mulher esconde de mim e de minha sombra, o que elas ainda não quiseram prescindir de um provedor romântico. Pode ser escolhido a dedo, mas ainda que ela trabalhe e seja bem remunerada, com o namorado ou amante, na hora de pagar a conta, colabora no máximo com 10% , valor que é na verdade do "sanduba" para filhinha que ficou em casa, e o homem ainda que tente subverter essa lógica não conseguirá, pois está cravado no seu DNA, desde os primórdios, a evolução não eliminou, ele quer bancar, para se sentir com poder, então não quer ser ameaçado, ainda que ela tenha se emancipado financeiramente. É esse o romantismo contemporâneo. E se acaso se esquivar por mesquinhez, não terá chance. Por outro lado a mulher fugindo do casamento que lhe impôs fidelidade forçada, e o homem saindo em busca com mais liberdade da nova relação, por perceber que sua companheira já não o aguenta por tanta dispersão, pois ela pode arranjar provimento com amparo de lei. E ele sempre buscando aventuras, sofrendo impacto inclusive de retaliação se usar da força, é a Maria da Penha que pega, mas sabe que deve se recompor e assumir pagamento de pensão.

- Você é um pensador sem princípio, então pensas que não existe alma? Algo mais sublime, que se eleva por amor.

- Não me venha com ideias piegas de falsa paixão Barnabé, em outra espécie do reino aceito, até porque a condição biológica sobrepõe-se ao acasalamento fiel, em contrapartida a paixão humana, faz parte do instinto de sobrevivência, mas nessa de animal pensante que domina totalmente todas as outras inclusive sucumbindo muitas delas, pela opressão de superioridade quanto à capacidade de domesticação e produção ao longo de nossa história, difícil acreditar, mas isso é outro assunto. Estamos andando, seguindo a trilha, acredito que no meio disso a egomania atrapalha onde queremos chegar, amar sem provimento ambas as partes, e este amar com sedução, sexo, e amizade ainda não chegou caro Barnabé.

- Hei! ... Então você vai assumir que para você não existe amor?

- Não se precipite, amor sempre existiu, evidente, um sentimento formidável, mas não na condição por excelência, entende? E aqui não estamos falando do amor materno e nem paterno. Elementar meu caro Barnabé...

- Ah! Já sei aonde quer chegar. Lembra-me uma aula de geografia, quando o professor anunciou o tema da aula- composição da população por sexo e idade, quando um aluno daqueles metido a gaiato, questionou já atrapalhando o mestre:

- É verdade que são 10 mulheres para cada homem?

Então o professor levantou o rosto olhou na cara do atrevido e respondeu:

- Bem...Pode ser uma questão de classe, para o homem rico talvez, porque pobre e estúpido igual a certos, só tem pé na...

- Chi! Bem se vê, no seu exemplo, que não é uma questão somente de ponto de vista. Você se contradiz e passa batido.