MULHER IDOSA TENTA O SUICÍDIO COM UM TIRO NO JOELHO.

Coitada dela, morava só em um sítio distante, só alcançado por uma estrada deserta. Sem poder andar depois do tiro, não conseguiria mais se alimentar e morreria, como assim queria que lhe sucedesse. Pena que não foi bem sucedida em seu intento. A morte que seria lenta, acabou deixando de ser para ela a última alegria duradoura. Pois de tão lenta a agonia que vivera, não sendo isenta dos federais impostos, não é que chega em sua casa, intempestivamente, a volante do fisco, aquela mesma que apagou o Lampião e quase mata também Corisco. E a pobre senhora, que alegremente já se pensava morta, diferentemente de tantos outros que a fiscalização maltrata e mata, é salva da morte lenta para pesarosamente continuar sofrendo, nas mãos do Estado que a quer contribuinte, eterna e exata. E aqui termina a ária, que canta da pobre senhora a saga, em tempos da Reforma que esmaga, enquanto Poder, até não mais poder, a Tributária.