O magistério é um território bem delimitado, com finalidades claras e com recursos definidos. Possui uma história quase tão longa quanto à da humanidade. Não é um campo misterioso a ser desvendado. É muito mais um acervo precioso a ser pesquisado, com a finalidade de aproveitamento das boas experiências e rejeição das más. Deve-se evitar a atual febre incontida de improvisações, onde raramente se vê a reflexão séria e vertical ou um planejamento com metas sensatamente estabelecidas. Há um escandaloso interesse por números. A qualidade parece ter sido definitivamente posta à margem. Se há como dizem as estatísticas crescimento, parece mais um inchaço...
            Nesse emaranhado é que vivem professores e escolas. Divididos entre os idealistas que se desgastam para fazer o melhor e os que fazem da educação escolar um bico provisório.
            Há escolas que merecem respeito pela luta que enfrentam na busca do melhor, apesar de uma legislação sem alicerces e sem planos. E há as que se aproveitam para se contentarem com a finalidade empresarial e lucrativa.
            Há professores que manifestam vocação real para o magistério e não desistem de investir vida e energia em favor dos alunos, pelo menos daqueles que demonstram interesse.
            Há também aqueles cujo único valor é um diploma preguiçosamente obtido e que não percebem a dimensão e a responsabilidade do ensino e da educação.
            As escolas bem intencionadas e os professores de verdadeira e consciente vocação merecem a homenagem da sociedade, no dia do professor.
            Ao lado das grandes personalidades da História, sempre houve a figura honorável de mestres que lhes encheram a inteligência de conhecimentos transmitidos e lhes enriqueceram o coração de sensibilidade e compaixão pelo ser humano, esse eterno mendigo a bater de porta em porta, implorando o respeito e o reconhecimento de sua dignidade e do seu direito de viver.
            O magistério é uma vocação. Não é um ofício ou um emprego.