Aos que se acham ou nunca se acharam.

É triste acordar e se deparar com seres que mais ululam do que de fato existem, mais gesticulam e bradam intempéries e glorificações, misturando ambas, por vezes, do que se auto-analisam.

A arrogância, a prepotência, a inveja e a mesquinhez motivam o dia dos fúteis, dos párias, dos fracos de espírito e descompensados. Estão sempre tentando demonstrar algo, suas chances, performances e saltos na vida. Querem ser mais, melhores e maiores que os demais, mais virtuosos e cheios de glórias imaginárias; não se importam com o que de fato vale a empreitada, desde que recompensada pela massagem em seus egos fétidos. Cheios de si, enchem o saco do mundo, dando vazão ao extravaso mental de escritores como Carlos Castaneda, em suas épicas batalhas contra os “pequenos tiranos”, bem como outros diversos, enveredados pelos jardins floridos do campo da “auto-ajuda.

É o homem-mulher, o homem-mukeka-de-rato, homem-cão, homem-sobrolho, homem-que-tudo-vê, o olhar esguio, por cima de tudo, e suas palavras de si pra si e sobre si denotam a egolatria de seus dias gástrico-intestinais, onde vomitam toda verborréia hemorrágica de seus âmagos podres e no final se enforcam em gravatas, bravatas, correntes de ouro, latas, carros caros e saltos-altos; é o homem-mulher que tudo pode, que tudo sabe e que tudo engole, e, esbaforido, chega primeiro, mas no caminho errado.

E assim os "homens-tudo" perduram desde o primeiro rufar dos tambores; alguém que não se contenta em ser apenas si, e tenta de modo infausto, temerário, abraçar todas as cargas e descargas da lida e come a merda desta vida que é um pêndulo, que ora se está por baixo, ora por cima, ora se cai, ora se reergue, e que onde a humildade, a modéstia, o silêncio e a compaixão, nas mais variegadas circunstâncias, não significam fraqueza e medo, mas resistência e meditação.

Peace and Glory!

SAvok OnAitsirk, 25.10.11.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 25/10/2011
Reeditado em 25/10/2011
Código do texto: T3297027
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