PRECONCEITO - UMA FACETA DA IDIOTICE HUMANA

Os homens nascem todos da mesma forma: pelados, banguelas e chorões. Da mesma forma morrem: uma viagem solitária, sem bagagens materiais, carregados até o local onde o corpo físico, em pouco tempo, não é mais que um punhado de ossos. A diferença, no chegar, é que alguns nascem em berço de ouro, outros nem berço têm e, no sair, só diferem pela urna mortuária e pelas edificações da última morada.

Durante a vida vamos adquirindo características próprias, vivências diferenciadas. E, dependendo da educação familiar, do meio em que pousamos nossas asas ao aterrizar neste Planeta, da maleabilidade ou dureza de nossa mente, dos valores que desenvolvemos, vamos nos diferenciando uns dos outros. Pode parecer um paradoxo: somos todos iguais como humanos, mas cada um é uma individualidade com pensares e ações próprios. E é exatamente aí que as coisas começam a se complicar. Nosso cérebro é uma caixinha de surpresas... e aquele bebê chorão que todos fomos passa a ter, com o correr dos anos, atitudes muitas vezes surpreendentes. Alguns, conscientemente ou não, passam a classificar os outros por categorias e a discriminar os que fogem aos seus padrões. O cidadão privilegiado que se julga acima do bem e do mal passa a olhar com desdém o pobre, o analfabeto, o homossexual, o negro, o que tem ideia diferente da sua religião. Como se, segundo sua visão, essas pessoas não fossem seres que têm sonhos, que sofrem, que lutam, que buscam crescer e só querem viver em paz a sua vida.

Está formando o preconceito. Preconceito que, como um punhal, vem sangrando a humanidade desde os seus primórdios e que, apesar de toda a evolução, parece se acentuar dia a dia. Uma idiotice da faceta humana responsável por guerras religiosas intermináveis, por perseguições e atos criminosos contra homossexuais, por discriminações de raça e condição social.

Leis existem, mas o preconceito é algo intrínseco e só será banido da face da Terra quando a sensibilidade, a solidariedade e o amor fizerem morada no coração do homem. Até que isso aconteça a brutalidade, a intolerância, os crimes continuarão, destarte as leis existentes cuja aplicação, muitas vezes, é mais um tipo de discriminação. Porque, dependendo sobre quem pesa a acusação, eu chego a pensar que existem dois tipos de lei para um mesmo tipo de crime...

Giustina
Enviado por Giustina em 30/10/2011
Reeditado em 01/04/2015
Código do texto: T3307515
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