MAIS UM ABSURDO NESTE PAÍS

Deputado Marcelo Freixo - Imagem Google


Foram sete ameaças de morte recebidas pelo deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL/RJ) nos últimos 35 dias. Em razão disso, Freixo anunciou que vai deixar o país a convite da Anistia Internacional. Ora, se a Anistia Internacional convida alguém para sair do país por questões de segurança, já não se trata mais de ameaças, mas sim, de fato consumado. Há informações de que um ex-policial militar teria recebido R$ 400 mil para matar o deputado.
 
Freixo disse que espera retornar em menos de um mês, após serem feitos alguns “ajustes” em sua segurança pessoal. Marcelo foi o presidente da CPI das Milícias, sendo fonte de inspiração para o personagem do filme Tropa de Elite 2. As milícias são grupos paramilitares formados por policiais, bombeiros e agentes penitenciários, que cobram por uma suposta proteção e serviços em comunidades carentes.
 
"As ameaças são frutos do meu trabalho. Essa é uma medida necessária pelo emocional da minha família e também para chamar a atenção, pois é um absurdo. Esse não é um problema particular e sim de segurança pública. Deixar de ser deputado não é solução para mim. Não posso abrir mão disso. Senão, será uma vitória da milícia. O poder público tem que agir. Não é possível que as coisas continuem desse jeito", declarou Marcelo Freixo ao Yahoo.

Se aqui fosse um país realmente sério e decente (como ainda acreditam os incautos) o desdobramento seria completamente diferente. O governo do Rio de Janeiro prevarica ao não se manifestar sobre o assunto. Quais serão os motivos?
 
O povo brasileiro não dá a mínima para o episódio. Esse mesmo povo que, indignado, é capaz de invadir a sede de um clube de futebol após uma derrota qualquer. Esse mesmo povo que se mobiliza para votar na eliminação de algum “brother” do BBB (pagando por isso). Esse mesmo povo que para o país simplesmente para assistir ao último capítulo da novela. Esse mesmo povo que adora carnaval, cachaça e futebol, mas é incapaz de se politizar o mínimo que seja, até para o seu próprio bem.
 
E para não me estender muito, a presidente Dilma Rousseff que sabe muito bem o que é passar por ameaças, torturas e viver em exílio. Deveria ela tomar a frente desse descalabro e dizer com toda a autoridade que tem: “Não deputado, o senhor não vai deixar o país, pois vamos dar-lhe toda a segurança necessária e acabar de vez com esses cancros que são as milícias e a violência desmedida”. Essa seria, no mínimo, a postura de um estadista.
 
Na situação em que vivemos, porém, está certíssimo o deputado ao aceitar o “convite” da Anistia Internacional, principalmente porque ele sabe em que solo está pisando.
 
 
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