Devaneio.

A grande questão do amor é o empecilho. Seja teu, seja do mundo, este o fará parar numa parede de tijolos velhos e gastos; todos ali esbarraram e deixaram suas marcas – a pintura está prestes a sumir, a estrutura prestes a ruir.

Quem sabe a ponderação que me trouxera aqui? Apenas eu, e não exijo que lha entendam – ou apenas a conheçam. Imprimo a palavra para que meu espírito, em tal esforço, sinta-se inserido, solto, perdido no mundo da leitura. Pois cada palavra toma a palavra e dita uma vida diferente à quem lê, e assim meu espirito perder-se-á nas mentes perturbadas que se atrevem a colhe-las e cultivá-las a reflexão.

Não é nada mais que dizer tudo o que disse até agora, em duas míseras linhas. Mas de alguns metros não seria o alcance. Ambição é coisa grande, e nela me agarro quando pretendo – e me reservo tal desejo de alcance – adentrar-me em ti, remexer-lhe a mente. Chacoalho e lhe salto fora, como um fugitivo. Se me não mentes o instinto, procurará – e logo – resposta para angústia que plantei em ti

Vinicius de Andrade
Enviado por Vinicius de Andrade em 01/11/2011
Código do texto: T3311469
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