Ano Novo sem Cartões

Este ano, não vou mandar nada para ninguém !!!

Eu já sou meio avesso a tudo que se transforma em mero comércio.

Que dirá quando a gente pensa que tudo está meio confuso, meio contra, meio não sei o que...

É aquele gosto de insatisfação, coisas mal resolvidas, mudanças, “apurrinhações”, aborrecimentos, manifestações inquietantes e indisfarçáveis de inveja dos mais próximos e torcida para que nada dê certo para você, indisposição e falta de motivação...

É um tenta e joga de obstáculos no caminho, egos feridos e vaidosos, busca de apropriação de idéias almejando prêmios, aceitando a competição a qualquer preço.

Agora vem aquele sentimento de que nos empurram para a competição, onde a aproximação, até carinhosa do próximo, soa falsidade.

As pessoas atacam e ferem e a impressão que fica é a de que não conseguem ter sentimentos na verdade. Ferir é natural. Então porque complacência! O troco têm que ser na mesma moeda. Olho por olho dente por dente – é a pura lei de Talião. Se é para eu sofrer, que sofra o outro!

A “media” só trás coisas ruins...

Será que sou eu, será que são os que me rodeiam, seriam os fatos e acontecimentos que magoaram durante o ano e que se acumulam e vivem me trazendo esse gosto de fel à boca?

Como perdoar, como conviver com essas adversidades no cotidiano?

A impressão que tenho é que as pessoas não querem se empenhar em tornar as coisas mais suaves, mais humanas, mais simples.

O peso do fardo é enorme. Não pelos afazeres, mas pela forma com que te miram, pelo tempo que me resta, pela ameaça que posso representar, pela intransigência e conflito do novo e o velho, pela vontade de reduzir importância, pela vontade de dar esse espaço para outros, quiçá da turma, mais da mesma faixa etária, mais atrevido, mais ousado, mais irresponsável, menos questionador, mais dominável, mais submisso. Querem me por coleiras, mas meu espírito cão é reativo. Apesar de que detesto ver despertado esse meu lado ruim, ele também sabe machucar quando quer, mas molesta também a própria entranha, posto que não é essa a índole mais forte. Ë duro dobrar os joelhos...

Então mandar votos de quê e para quem? Não seria uma enorme hipocrisia com tudo isso de dissabores, o eu deveria fazer é mandar tudo e todos para a pqp – para quem não sabe é isso mesmo – Que tudo vá para a puta que os pariu!!! Com letras garrafais em alto e bom tom!!!

Mas o que é isso? Que rudeza!

Olhando um pouco para trás, vejo que o ano até não foi assim tão ruim...não foi aquela maravilha é certo, mas sobrevivemos, realizamos alguma coisa.

O que será que faria sumir toda essa sensação de que o mundo inteiro está contra você?

Nesse ano tive também apoio nos momentos difíceis. De uma forma ou outra me ajudaram a superar fases mais negras e difíceis.

Os espaços também diminuíram, é natural nos negócios. As adaptações são mais lentas.

A evolução de tudo e todos é um avanço, o futuro deve ser mais promissor.

Então, apesar de não querer encaminhar qualquer lembrança materializada em cartões ou qualquer outro meio, meu desejo é de que todos sejam felizes, e não só agora, mas sempre...

E aí começam a chegar as manifestações daqueles que nos querem bem.

São cartões, E-mails, telefonemas, visitas...

Puxa vida... o mundo não está assim tão triste... basta um que te quer bem se lembrar de você, pronto...nosso rancor se esvai e desaparece, e sou tomado de minha índole dócil, que quer a paz, que quer só ser feliz vendo também os outros felizes.

Então vamos mudando... seria esse o milagre do espírito natalino se manifestando em sua plenitude? Acho que sim...

O interessante é que ele nos leva a refletir, a perdoar, a querem bem o próximo, a renovar nossas forças para uma nova etapa, a nos fazer buscar a amizade, a estreitar laços de fraternidade, a ajudar os mais necessitados, a manifestar o amor, a querer a paz.

Enfim, não posso acreditar que o império da maldade seja mais forte...

Como pode regozijar o outro com a desgraça alheia. Não podemos achar que a maldade manifesta não seja também uma oportunidade que as pessoas têem de descobrir que ainda podem evoluir.

Então, gente, meu coração se abre para a entrada dos bons fluídos que o advento proporciona, e que devem perdurar e dar forças para mais uma etapa que, não só a delimitada pelo calendário gregoriano, mas pela seqüência da vida, ela não para, segue sempre...

Assim, quero que espalhe e resplandeça a luz que ilumina nesse momento o meu espírito, (sinto que meus olhos estão marejados), e de todo coração, recebam de forma também espiritual, meu mais forte desejo de que todos sejam muito...mas muito felizes mesmo e que esse momento abra também as mentes e corações para o bem, e que todos, indistintamente, pensem e reflitam que isso é um milagre, manifestação do Deus Menino chegando, em todas as formas possíveis na natureza, assim, no homem, nos irracionais segundo nosso conceito, na fauna, na flora, enfim no universo infinito. Nossas reflexões são manifestações da razão, até mesmo das mais incultas e pobres de espírito. Que essa luz ajude a iluminar o caminho de todos e permita a visão do bem.

ACEITEM MEU DESEJO MANIFESTO DE QUE TODOS, INDISTINTAMENTE, TENHAM UM FELIZ NATAL E ANOS VINDOUROS REPLETOS DE BOAS REALIZAÇÕES, MUITO AMOR, PAZ, SAÚDE E FELICIDADE INFINITA !

Esse ano não vou mandar cartão para ninguém...me perdoem...foi por querê-los tão bem...

Marco Antonio Pereira

São Paulo, 18/12/2003 - 16:45hs

PS Apesar de que isso não vai para ninguém, desculpem-me pelo profano e o sacro compartilharem o mesmo texto, foi preciso, agora me sinto mais leve, minha alma ficou com o sacro.

MARCO ANTONIO PEREIRA
Enviado por MARCO ANTONIO PEREIRA em 30/12/2006
Código do texto: T331774
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