Feliz Ano Novo

Há sempre um novo tempo buscando aconchegar-se em nosso olhar trazido em cada alvorecer...e mais uma vez, o desconhecido, o porvir, anuncia o seu lastro em nossos caminhos! Este despertar que vai escrevendo capítulos da nossa história, conclama-nos a revermos o nosso mundo íntimo, os caminhos trilhados e a buscarmos os projetos e sonhos que nos aguardam em busca de realização e consecução...

Não é demasiado dizer que tudo que nos orienta, começa a partir de um sonho...Os sonhos fazem parte do cenário de nossas vidas, mesmo quando ainda adormecidos sobre o leito enigmático do descobrir. Sonhos pequenos, grandes, coloridos ou em preto-e-branco acarinham nossos corações, pulsando, vezes, mansamente, vezes em doce bulício. Colorem em tons de arco-íris a paisagem da nossa alma, fazendo-nos descobrir novos matizes, à medida que tocam os nossos olhares. Muitas vezes, nem notamos sua presença...ficam a nos espiar sorrateiramente, aguardando sabiamente que os nossos corações possam vê-los e senti-los.

Os sonhos nunca andam sozinhos...terminam por serem parceiros de outras emoções. Provavelmente, o maior companheiro dos sonhos é a esperança. Andam de mãos dadas, cúmplices a nos acenar afetivamente...acarinham a nossa tez, fazem serenatas nos portais da nossa vida, entoam melodias, criando notas musicais desconhecidas. Aportam como nau em busca de porto seguro. Comunicam-se em um idioma somente audível ao coração, falando-nos de beijos guardados e de abraços roubados...lançam-nos âncoras, fazem-nos aprender a conjugar verbos esquecidos em porões.

Existem sonhos que permanecem dormindo...jamais despertam, esgueiram-se da vida, da possibilidade do encontro com o Sol e do namoro com a Lua. Aprisionam-se em teias, enroscam-se nos limites dos nossos passos, nas amarras da nossa incredulidade.

Existem sonhos que bocejam, espreguiçam-se...apesar de acordados, resvalam nos nossos precipícios, nas nossas censuras. Enxergam o mundo, escutam os sons da vida, permanecendo, todavia, em casulos. Ouvem o barulho das ondas, avistam o azul do céu, porém o mistério e a grandiosidade do mar os detêm. Sonolentos, acabam por fincar raízes em cárceres privados...e são sufocados em pesadelos.

Existem sonhos que acordam, que se expõem...correm sem máscaras ou disfarces, soltos no mundo. Andam descalços em nossas ruas, desejosos por fazerem almas sorrir. Céleres, ousam, assumem riscos, brincam numa roda de ciranda...não se perdem em ensaios ou labirintos; gritam por vida e são esculpidos em algum lugar deste imenso planeta. Concretizados, lançam-se de novo como sementes, porque esses sonhos não param, são incansáveis...partem como pássaros em busca de outros céus que acreditem em novas quimeras.

Que o caminho dos sonhos seja a mais curta distância para o nosso realizar...

Que cada passo a ser dado, encontre a terra fértil da esperança...

Que a cada momento, o nosso olhar recenda para o universo a fragrância do amor, da paz e da solidariedade...

Feliz novo tempo para cada um de nós!

Fernanda Guimarães

Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 30/12/2006
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T331923