PARADOXALMENTE

PARADOXALMENTE

A vida é uma complexidade de fatores ligados intrinsecamente que faz de nós um grande enigma, um código a ser decifrado, estradas percorridas e devaneios que se entrelaçam ou mesmo, pontes que não sabemos onde vão dar ou mesmo que ligação existe entre nós e elas.

Mais uma certeza peremptória nos aflige quando ligamos uma ponte à estrada da vida. É que o homem sempre temeu o desconhecido, as surpresas que hão por vir, e assim elaboram sonhos e constroem pesadelos... Muitas das vezes nos vemos perguntando: de onde viemos e para onde vamos? O porquê de tudo isso? Seriamos apenas uma cadeia sucessória nos planos divinos ou estaremos nós mudando de corpo como mudamos de roupa e, nos purificando a cada volta como se tomássemos um reconfortante banho e oleássemos o corpo com balsamos odorificantes?

Na madrugada que antecedeu finado, eu me transportei a um mundo diáfano e distante, percorri distancias inimagináveis e do alto de um grande e secular prédio, sentado sobre o telhado eu vi sobre a relva verde e densa corpos insepultos e almas luminosas saindo lentamente deles subindo rumo ao longínquo mundo estrelar. Tudo isso poderia parecer muito mecânico ou até indecifrável sob o estudo teológico, porém, a transformação cósmica, a metamorfose de tantas outras criaturas que não nós, embevecemo-nos o espirito e nos refrigera a alma em uma constante viagem onde não existe o tempo e nem o estrelato da aparente gloria que muitos julgam ter, mais a prevalência de algo que não é só sentimento, mais que nos toma de fogo e faz com que vivamos sucessivamente nesse e noutros mundos, sabe, somos todos nós o AMOR...