"Velhos Livros" ost Lisy Telles



Velha pasta

Velha pasta.


Ali estava ela: A velha pasta.
Não imaginava um dia revê-la
Entretanto, hoje, ao arrumar o velho sótão, encoberta pela poeira e pelas sombras, encontrei-a pendurada a um canto.
Velha pasta... De velhos tempos escolares.

Hoje já não se usa esse tipo de pasta de couro, feita para durar por todo período escolar. Não eram bonitas. Entretanto, eram fortes e seu interior era amplo. Livros e cadernos se ajustavam perfeitamente dentro dela.
Hoje: São mochilas incrementadas ou porta cadernos coloridos. Enfeitam os olhos, mas pouco suportam um período escolar.
Na verdade: Atualmente,tudo é descartável. Nada é feito para durar e criar raízes. As lembranças ficam perdidas, sem ponto de referencia.

Entusiasmada começo a retirar o pó da velha pasta. Curiosa, investigo seu interior em busca de um passado distante.
O que estaria guardado dentro dela?
As lembranças surgem vigorosas, trazendo imagens adormecidas.
A velha pasta... Os últimos dias de aula... Sonhos distantes que se perderam no tempo.
A vida segue seu rumo e nos vai levando a tira colo: Como uma pasta ou mochila escolar.
Quintana tem razão: “A vida é o dever que nós trazemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando se vê, já é sexta-feira!

Lentamente vou reencontrando: Livros velhos, outros nem tanto. Há também papeis amarelados pelo tempo, anotações, bilhetes apaixonados. Fragmentos esquecidos, que certamente estão alí há muitos anos . . Marcas deixadas pelo caminho. .... Fruto de um coração palpitante, tão comum na juventude e que já não reconheço.
Carinhosamente, como quem carrega um tesouro, deposito todo material em meu recanto: Lugar precioso onde me refugio em busca de preencher meus dias; hoje tão distante dos sonhos.
Sei que por um tempo estarei em companhia de velhas lembranças e me sentirei feliz. Envolvida por uma nuvem de sentimentos a me mostrar o quanto vale a pena viver

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Lisyt
Enviado por Lisyt em 08/11/2011
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