SERÁ QUE DUREPOXI ® COLA MESMO?

Sinceramente, eu nunca vi ou ouvi falar de alguém que dê tantas aplicações práticas para o Durepoxi®, tal como a minha velha mãe o faz. Sim, falo daquela cola bicomponente, composta de duas massas densas – uma cinza claro e outra cinza escuro - que quando juntas e após certo tempo de aplicadas, se tornam uma potente liga reparadora.

Na caixinha do referido produto, constam algumas aplicações básicas – e são inúmeras – porém a minha velha, seguramente, daria um “banho” nos químicos da empresa fabricante. Ela consegue aplicar aquela argamassa em tudo o que vê pela frente e que está quebrado.

Quando venho aqui em Salvador, fico encantado – e as vezes espantado – com as coisas que vou encontrando pela casa e que tem uma manchinha cinza em algum lugar. Encontra-se a referida cola rápida em panelas de alumínio; num chuveiro que estava vazando; em cesto de lixo; naquele rádio que caiu no chão e rachou. Caneta quebrada é mais um dos objetos salvos do lixo; cabos, de qualquer que seja o utensílio não escapam de uma reforma duradoura. Azulejo que resolveu trincar com o tempo; vasos de flores; jarras de vidro e uma outra infinidade de objetos, são alvo da técnica apurada e eficaz desenvolvida pela Engenheira Química do Lar – Dona Alice Borali Teles.

Minhas irmãs me contam que, sempre que algo quebra aqui em casa – seja o que for – já se escuta prontamente:

- Será que Durepoxi® não resolve? - e ela aparece com a caixinha milagrosa nas mãos

Hoje, último dia do ano de 2006 e passagem inadiável para um novo ano, fiquei a refletir sobre os fatos e coisas importantes que aconteceram – as boas e as ruins. As boas, por si só já estão resolvidas e consolidadas pois geraram bons frutos: as novas amizades, um amor conquistado, o sucesso profissional, a boa relação familiar e assim por diante.

As ruins ou difíceis, estas são como objetos quebrados. É um coração partido – não importa por culpa de quem seja; é uma rusga muito dura com algum irmão ou parente próximo; uma desavença maior com um colega de trabalho; pode ser um desencontro de opinião com algum membro do seu grupo de amigos. Tudo isto provoca rachaduras e fraturas visíveis em todos nós.

Por isso tomei uma decisão. Não vou entrar o Ano Novo com estas fissuras na minha conta- corrente emocional. Daqui a pouco, quando a minha velha acordar vou pedir-lhe uma caixinha daquelas de Durepoxi®.

Tenho certeza que ela me ensinará a colar os cacos de todos estes sentimentos que eu, inábil e desajeitado, deixei cair no chão, neste ano que se esvai.

Para aqueles que eu possa ter magoado e ferido, um Durepox® especial no coração de vocês.

Nota do Autor: 1) Durepoxi ® é marca registrada

2) Não ganhei nenhunzinho da empresa fabricante. Infelizmente !!!