Os laços que nos prendem
Águida Hettwer
 
      A cada novo amanhecer a vida se veste de tons de amarelo vibrante, e se despe, repudiando as energias negativas, os pensamentos desconexos, as desordens da memória, as brumas da solidão. Uma força arrebatadora nos move, nos estimula a seguir em frente, recuando as pedras do caminho, muitas vezes são extremamente pesadas, que por alguns segundos pensamos que não podemos suportar tal carga de sofrimento. Sacode o suor, enxuga as lágrimas, cultivas no solo de teu coração, fé em Deus e esperança, sem esmorecer, logo ali, encontrarás refrigério.
 
     Eis que os ventos nem sempre sopram ao nosso favor e contra a corrente das águas, teremos que remar. Em meio às perfumadas e coloridas flores, também encontramos espinhos, dos quais podem nos ferir e nos machucar. Os sonhos, podem se transformar em pesadelos, as expectativas podem naufragar
Em desespero. No entanto, observa atentamente ao seu redor, a vida, pulsa e vibra continuamente, nos laços afetivos que nos envolvem e nos prendem.
  
    Sobretudo, ter a percepção que as emoções fazem parte da construção da nossa identidade, ás vezes, elas se movimentam, com o intuito de nos agitar e nos intrigar. Para que saíamos da zona de conforto, do marasmo e do limiar, para nos posicionar diante da vida. Se nos dispuser a gestos simples, um olhar atento, uma escuta clara, os braços estendidos em nome de uma nobre causa, (o amor, por exemplo) a alma lavada e cauterizada por um sorriso. A existência toma pra si um novo rumo, mais amplo, alargando experiências ao longo da jornada, na especificidade de sermos sujeitos únicos.
 
 
     No laço que nos envolve, numa ponta há a  nobreza da amizade, e na outra ponta, o respeito. E por mais que os nós sejam desfeitos, sempre resta uma ponta de sentimento.
 
 
 
                                                             13/11/2011
 
 
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