Rios de lama

Aqui dentro desta mansão a caneta deu-me todas as emoções e me conduz a todos os lugares, visito todos os altares. Navego em todos os mares. Apesar de alguns filmes de terror, degustei de vários sabores que o amor trás escondido, mas se os rios apodrecerem qual a receita para sobreviver?

Quando os peixes me perguntam, não sei o que dizer. Estou de passagem e minha carruagem não alcançou o pódio das grandes decisões. Tenho lenhado nestes matagais, pois coisas fugazes sempre me destroem, mas é a noite que estes açoites me visitam.

Se tento evadir encontro Zumbi e me torno um alvo fixo. Com o horizonte longe das vistas contrai as doenças do mundo capitalista, foi quando percebi que a minha rede de esgoto desembocava no tamborilar da cachoeira de um caudaloso rio. Então fiz uma ocorrência, mas a incompetência mandou-me punir e sabiamente entendi que teria que conviver com serpentes tentando escalar a serra da confusão, arranhei minhas mãos tentando tocar a felicidade com as pontas dos dedos.

A seguir queimei os meus pés na fúria do desmatamento. Isto é um conflito? Esta ouvindo esses gritos? São os rios e suas aflições.