Pare! Pense! Sorria!

Parei de ligar para meus problemas. Eles não atendiam mesmo a ligação. Parei de chorar sobre o leite derramado, preferi lambê-lo a acrescentar-lhe lágrimas, que de nada serviam, além de salgar. Parei de remoer o passado morto e de sonhar futuro utópico, e decidi viver o dia como quem via além dos olhos da realidade. Percebi que tudo que causa angústia vinha de dentro do ser angustiado, besteiras amassadas e jogadas no lixo, e toda maldade é uma distorção da realidade. Decidi não mais correr contra o tempo, perdido ou fodido, prestando mais atenção no vento. Não me mato mais com a cadela que late na madrugada nem com o sistema tributário pátrio; não quero saber de implantar uma revolução no bojo do sistema, a fim de alcançar o que nem sei o que; não estou nem aí para o que dizem ou deixam de dizer sobre minha pessoa, pois todos estão “cagando e andando” para tudo isso; não me aflito e nem insisto, muito menos desisto, prossigo com o dedo em riste, mesmo como quem cálido, pálido e inválido resiste; não busco os segredos do universo, não está em meu cronograma, simplesmente dou gargalhadas do drama da vida, como quem pensou, refletiu e, em última alternativa, sorriu...

SAvok OnAitsirk, 22.11.11.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 22/11/2011
Reeditado em 23/11/2011
Código do texto: T3350688
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