Saudosa vida

Cinza.

Prédios por todos os lados.

As infiltrações lembram a figura de uma mulher...

Vida...

Nada parece vivo.

Olhando da janela do quinto andar deste prédio, nem as pessoas parecem vivas;

elas não cantam, elas não sorriem e não se amam.

Parecem robôs sentados, programados para digitar e atender telefones...

Não parecem pessoas, não exalam cultura, apenas, digitam.

Ao invés dos pássaros, ouço os “tleck, tleck, tleck’s” dos teclados e o barulho monótono do ventilador.

Mas existe vida.

Mesmo meio escondida num canto da sala.

Parece um pouco deslocada sobre aquele carpete e dentro daquele vaso que tanto aperta suas raízes.

Aquele vaso de planta, também parece ter saudade...

Cris Roseno
Enviado por Cris Roseno em 04/01/2007
Código do texto: T336273