BÊBADOS E IDIOTAS:

PÂNDEGA

"A juventude é a embriaguez sem vinho"

Goethe

Cara é assim, quando se é jovem você tem que farrar mesmo: encher a cara, ir à balada, festa de interior... Sem pudor mesmo! Ser carregado pelos amigos, virar uma, duas, três noites bebendo e jogando baralho, ir a cabaré... É assim mesmo. São arroubos da juventude. E isso não é ridículo. Talvez até te respeitem mais e te admirem mais. Porra, o homem é o único animal masoquista!

Bom, isto é, se você não é totalmente careta. O que não é um defeito. Pelo contrário, talvez seja até uma virtude. O problema é que os costumes, a cultura, a humanidade e o senso comum criam valores independentes de juízos de valores individuais. Valores tais como o bom senso e o ridículo. E você fazer tudo o que foi exposto acima quando se é jovem, não é tão vexatório, pois vexame mesmo dá aqueles coroas usando calças apertas e gel no cabelo, na balada, bêbados, querendo pegar mocinhas perdidas doidas por um idiota que lhes banque a vida e o luxo. Caras casados expondo suas famílias ao caos social e sentimental, trocando suas mulheres que lhes devotaram toda a vida, por putas baratas e marginais. Isso sim é ridículo.

Portanto, mudar a postura e roupas a partir de certa idade, não é perder a personalidade nem se mostrar que se amadureceu, desprezando todo um passado de farras e glórias noites à dentro. Mas sim, uma mera ética dos fatos que rezam uma mudança de valores, como foi falado, criados pelos costumes e pelo senso comum. O que também não quer dizer que se seja escravo desse senso. Não é isso; é só uma questão de evitar o ridículo e vexame públicos.

Eu tenho pena dessas meninas lindas, belas, maquiadas, angelicais e inocentes que saem de casa toda arrumadinha para passar sem querer na frente de um bar e, mais sem querer ainda, receber uma cantada de um velho bigodudo velhaco e bêbado. Coitadas!

E tai o que preocupa, pois quando se é careta demais na juventude o homem tem uma forte tendência em ser um daqueles velhos babões e metidos a escroto. Como é feio ver aquelas velhas bêbadas e desorientadas, dançando em uma festa, com nostalgia de uma juventude perdida em função da devoção a um marido idiota, que a trocava por qualquer donzela de vinte anos, levando a sífilis moral pra dentro de sua casa e a sífilis doentia para dentro de suas vaginas.

Bom, como diria Henrique Diógenis em sua ‘NOITE BOÊMIA’:

Neste momento, já deitado na sarjeta,

Como sempre fui e como sempre foi a vida,

Engolindo secamente a décima terceira dose dupla

De um uísque vagabundo,

Escuto uma mistura de jazz com bossa nova,

Cortejando desvairadamente a sanidade!

Já embriagado falando alto com as paredes:

ESTOU BÊBADO, E DAÍ?

MESMO ASSIM,

MAIS SÓBRIO QUE MUITA GENTE QUE SE DIZ SÓBRIA...