Nós, passaros.

Dias atrás pude curtir um pouco meu jardim. Está meio mal cuidado, com muitas ervas daninha brotando devido às chuvas. Mas eu gosto dele mesmo assim.

Vários pássaros são atraídos pelas árvores e principalmente pelo pé de acerola que não pára de produzir.

Estava observando o comportamento dos passarinhos e notei alguns ninhos. Um deles era de tesourinha, outro de bem-te-vi e outros dois de rolinhas.

Mas de repente, uma sombra cortou o jardim. Era um gavião preto, que passou lentamente observando os ninhos.

No mesmo momento, o casal de bem-te-vi e uma tesourinha saíram dos ninhos e voaram na direção do gavião "sanguinolento", procurando dissuadí-lo de seu objetivo.

Incrível. Os bem-te-vis voavam atrás do gavião e davam rasantes, acertando-o com bicadas bem na cabeça. Já a tesourinha voava bicando o rabo da ave de rapina.

Quando o gavião tentou fazer a volta em direção aos ninhos, a tesourinha que permanecia guardando os filhotes saiu e entrou no combate aéreo.

As rolinhas, por sua vez, fugiram assustadas e deixaram os filhotes à mercê do gavião, o qual foi afastado pelas tesourinhas e pelos bem-te-vis e foi procurar ninhos mais frágeis onde encontrar alimento fácil.

Pode parecer clichê, mas nós, os seres humanos, nesse ponto, somos como os pássaros.

Existem alguns que são maus, e que querem destruir o ninho dos outros, se possível, acabar com toda sua família.

Sorte que existem os corajosos, que enfrentam os mal intencionados, e defendem seu ninho com todas as forças, não se intimidando com o poder ou com o tamanho da ameaça.

Outros simplesmente fogem e desprezam tudo o que construíram. Deixam que os outros lutem por eles, vivem a se esconder atrás da própria covardia, abandonando a família para salvarem a si mesmos.

Mas quando há união entre os corajosos, até os mais fortes tremem e fogem assustados.