POPULAR

O dia revelava mais uma manhã de brisa suave. O cardápio revelava o delicioso cheiro de um “picadinho de carne com abóbora”, seguido de uma “macarronada” com dois saborosos sucos de caju e de tamarindo.

Tudo estava pronto!

A fila para a compra de ingressos já estava organizada. Custava apenas R$ 1,99 (Um real e noventa e nove centavos) a refeição, que por falta de troco era arredondada nos R$ 2,00 (dois reais). Mas tudo bem, não era justo causar confusão por R$ 0,01 (um centavo). Para tomar um suco era necessário mais R$ 1,00 (um real).

A fila andava rapidamente. O porteiro conferia os cupons e autorizava a entrada. Outra fila estava organizada para que os cozinheiros servissem a tão esperada “refeição popular”.

Durante a espera por “minha vez” para receber os alimentos comecei a olhar para os lados, contemplando as pessoas que lá estavam. Calmamente passei os olhos por todos e, em razão das vestimentas e cartões dependurados nos pescoços passei a identificar os cidadãos.

Primeiramente pude perceber a presença de meus amigos da igreja e, ainda os de contatos em decorrência do trabalho. Vi também meus colegas professores, por sinal, faziam destaque ante a grande maioria. Os profissionais autônomos, os mototaxistas eram muitos. Os vendedores de lojas com seus crachás faziam suas propagandas involuntárias. Os funcionários de bancos lá estavam também, aproveitando daquela refeição. Alguns estudantes davam graça nas filas e nas mesas que já estavam quase todas ocupadas. Os aposentados, acompanhados de seus netos comentavam que aquela refeição além de gostosa era de um valor mórbido.

Demorei uns vinte minutos para terminar minha refeição e, também para observar as pessoas conhecidas ou não que ali chegavam. A cada rosto contemplado eu pensava comigo: ainda bem que aqui tem muita gente famosa neste “restaurante popular!”.

Após aquela refeição dei tchau para alguns, dizendo pra mim mesmo: Este é um lugar ideal para meus almoços durante a semana! Aqui eu posso ver muita gente e, defender que somos “populares”, inclusive para deliciarmo-nos de refeições servidas popularmente.

Se você é popular ou não, o importante é que almoçar no “restaurante popular”, na cidade de Araguaína-TO, é a melhor atitude que podemos fazer. Afinal de contas, a popularidade é que nos faz viver o caráter da simplicidade.

Lembre-se de almoçar em um “restaurante popular”. Lá você encontrará seus amigos e profissionais das mais diversas áreas, inclusive os professores, igual a mim.

Bom apetite popular!

Autor: Rubens Martins - 07/12/2011.

Rubens Martins
Enviado por Rubens Martins em 07/12/2011
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