Passagem das horas.

* Vai tudo dormir...fico sozinho com o universo inteiro.* É...parece que Fernando Pessoa ou Álvaro de Campos atica-me,balouca-me a escrever algo,nesta madrugada fria deste verão arredio.É dezembro. Tempo das chuvas torrenciais e calor abafado das tantas nuvens circundando SP,causando enchentes e tormentos ribeirinhos.* Não sei se a vida é pouco ou de mais para mim.Não sei se sinto de mais ou de menos,não sei.* É Álvaro de Campos brincando com meus sentimentos,com minhas sensacões, com minhas incongruências e medos,com meus filosofares pobres de paradoxos. Quantos de nós conduz a vida em um *não sei* constante? Quantos de nós,incluso eu,vagam em naus de velas errantes procurando por portos seguros,por pura covardia,para arrefecer os ânimos exaltados de medos escondidos? Quantos?... ou sou só eu o pobre covarde? A estrela que correu os céus,que ora vi do alpendre da sala,levou um pouco da luz que alumiava alguns sonhos adormecidos e,covardemente,adiados numa procrastinacão sem fim.* Assim fico,fico...Eu sou o que sempre quer partir,e fica sempre,fica sempre ,fica sempre.* E cá está o sr.Álvaro de Campos a ditar-me versos,às vezes,contundentes demais para a simples criatura que sou eu. Audazes navegantes! Como os invejo em delírios e sonhos acordados nesta vida tão pequena em que me transformei,em que me reduzi na minha mesquinhez de enfrentramentos.Sofro a dor dos calados,dos mudos falantes,dos que querem e não realizam.* Multipliquei-me para me sentir,para me sentir,precisei sentir tudo...*De todas as sensacões experimentadas aprendi pouco,ou quase nada,,para conduzir-me no vendaval dos meus sonhos e realidades. E fui-me enfrentando a cada passo,a dilascerar idéias e conjecturas no redemoinho de viver cada vão momento.Sou hoje o resultado de sonhos mal ajambrados,inconclusos,malbaratados no transcorrer do meu tempo.Hoje,entrego-me à realidade do que veramente sou.Sou um pouco de cada um de mim.Sou múltiplos eus em busca de mim. *E há em cada canto de minhálma um altar e um deus diferente.* Obrigado Álvaro de Campos por tal ajuda! Allia jacta est! Fiquem na paz!

Chico Chicão
Enviado por Chico Chicão em 13/12/2011
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