Saudade

Saudade

Saudade, sentimento inóspito, quente, esquecido dentro de nós.

Toma forma, cheiro, sabor, em poucos segundos e fere.

Pessoas que partem, simplesmente, sem despedidas de filmes, deixam espaços vagos, sulcos profundos na alma, que nunca mais serão preenchidos.

Dor insana, fugaz, que aprendemos a conviver com ela.

E vamos assim, vivendo com o incômodo a todo momento, involuntário.

Como um pequeno espinho que fere a carne e não nos deixa esquecê-lo.

O futuro é uma eterna expectativa de reencontro, de vontade de dizer milhões de “eu te amos” que faltaram ser ditos.

Preencher lacunas? É possível, mas sabemos que o espaço vago está ali, e ficará ali pra sempre.

É como uma prótese, substitui, mas você sabe que não é o certo.

Saudade, sentimento terno, meigo, amargo.

Transforma-se rapidamente em desespero; de saudade pequena, vira saudade grande, nó na garganta, transe, amor à procura, desencontro, ausência.

Sentir saudades é rever em sonhos, tocar, chorar.

Amar como se não tivesse nem mesmo um dia de distanciamento, renascimento de sentimentos mumificados.

Desânimo, vício, acordo que não foi cumprido, lembranças arrancadas.

Izabelle Valladares

Izabelle Valladares Mattos
Enviado por Izabelle Valladares Mattos em 21/12/2011
Código do texto: T3399686
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