FALANDO, AINDA, DE CASTANHAS (foto do autor)
Porque a hora é esta!
Como, em nossa cultura tropical, só nos lembramos deste fruto tão versátil no fim do ano, ou a gente esgota logo o assunto, ou fica para o ano vindouro. Mas como - se os maias estiverem certos - talvez não haja o próximo Natal, o melhor mesmo é falar agora.
A nossa querida Ana Flor do Lácio, gente muito boa, cronista e poetisa da pesada, fez um comentário sobre o meu último (penúltimo, pra não dar azar) trabalho, que me deixou envaidecido e, ainda, acrescentou outros detalhes importantes, inclusive sobre o envolvimento de S.Martinho na história.
Talvez outro fruto tenha merecido destaque dessa ordem, mas o fato é que até livros inteiros foram dedicados à "Castanea Sativa", como, por exemplo, o de Jorge Lage - "Castanea, uma dádiva dos deuses".
Nossa companheira (a Ana), chegou a classificar o tipo que mostrei na foto, como "judia" . Na pesquisa encontrei os três tipos comuns em Portugal: a Camarinha, a Judia e a Longal ou Enxerta. Como não sou chegado a nenhum tipo de preconceito, aceito (desculpem) aquela classificação mesmo.
Atenção rapaziada! Além de adstringente, sedativa, tonica, vitamínica, remineralizante e estomáquica, ela é, também, estimulante sexual!
Se a notícia correr pela Internet, pela vez primeira os estoques de fim-de-ano vão baixar consideravelmente, e o índice de natalidade em setembro/outubro vai crescer de maneira inexplicável para os técnicos.
Bem, vou, ao acabar esta minha conversa, dar um pulinho na Escrivaninha da nossa querida Ana, pois ele me informou que tem matéria similar que postou recentemente. Minhas desculpas antecipadas se, mesmo sem querer, tiver repetido suspeitamente algum trecho.
Mas, o que eu queria mesmo dizer é que lá no sítio em Friburgo, bem perto de Lumiar, temos três castanheiros: um, muito bonito, frondoso, brilhante, mas que produz muito pouco e dá frutos não uniformes e de forma achatada, principalmente o do meio; chama-se Belo Antonio.
O outro, feioso, disforme de ramaria, folhas meio opacas, curvo como se já fosse idoso, tronco muito marcado por profundos sulcos, produzia frutos esféricos e em pequena quantidade, pelo que levou o nome de Cyrano. Teve vida curta e faleceu ano passado.
O terceiro, é perfeito! Com uma enorme copa, verde-brilhante, fechada, permitindo, apenas, a passagem de dardos de luz solar, é um emérito produtor e reprodutor, pois ao seu redor, todo ano, pequenas réplicas suas aparecem. Seus frutos são lisos, brilhantes e uniformes, com a forma tradicional das castanhas e todos grandes. Nenhum vizinho nosso fica sem castanhas no Natal; cada um sai levando, por vezes, um carrinho até à boca. Mereceu o nome de "D.Juan".
Na foto que ilustra esta crônica, o D.Juan é parcialmente visto por trás dos coqueiros.
Já perceberam a aberração? Coqueiros, tradicionalmente símbolo de litoral do trópico, dividindo espaço com um castanheiro, vindo dos confins da Ásia...e, por cima, a 1200 metros de altitude!
O escrivão, Pero Vaz de Caminha, se o visse agora, diria, qual Camões: "Cantando, espalharei por toda a parte, se assim me ajudar engenho e arte!" - Falei que dava tudo, e não é que dá mesmo, ó pá?
Porque a hora é esta!
Como, em nossa cultura tropical, só nos lembramos deste fruto tão versátil no fim do ano, ou a gente esgota logo o assunto, ou fica para o ano vindouro. Mas como - se os maias estiverem certos - talvez não haja o próximo Natal, o melhor mesmo é falar agora.
A nossa querida Ana Flor do Lácio, gente muito boa, cronista e poetisa da pesada, fez um comentário sobre o meu último (penúltimo, pra não dar azar) trabalho, que me deixou envaidecido e, ainda, acrescentou outros detalhes importantes, inclusive sobre o envolvimento de S.Martinho na história.
Talvez outro fruto tenha merecido destaque dessa ordem, mas o fato é que até livros inteiros foram dedicados à "Castanea Sativa", como, por exemplo, o de Jorge Lage - "Castanea, uma dádiva dos deuses".
Nossa companheira (a Ana), chegou a classificar o tipo que mostrei na foto, como "judia" . Na pesquisa encontrei os três tipos comuns em Portugal: a Camarinha, a Judia e a Longal ou Enxerta. Como não sou chegado a nenhum tipo de preconceito, aceito (desculpem) aquela classificação mesmo.
Atenção rapaziada! Além de adstringente, sedativa, tonica, vitamínica, remineralizante e estomáquica, ela é, também, estimulante sexual!
Se a notícia correr pela Internet, pela vez primeira os estoques de fim-de-ano vão baixar consideravelmente, e o índice de natalidade em setembro/outubro vai crescer de maneira inexplicável para os técnicos.
Bem, vou, ao acabar esta minha conversa, dar um pulinho na Escrivaninha da nossa querida Ana, pois ele me informou que tem matéria similar que postou recentemente. Minhas desculpas antecipadas se, mesmo sem querer, tiver repetido suspeitamente algum trecho.
Mas, o que eu queria mesmo dizer é que lá no sítio em Friburgo, bem perto de Lumiar, temos três castanheiros: um, muito bonito, frondoso, brilhante, mas que produz muito pouco e dá frutos não uniformes e de forma achatada, principalmente o do meio; chama-se Belo Antonio.
O outro, feioso, disforme de ramaria, folhas meio opacas, curvo como se já fosse idoso, tronco muito marcado por profundos sulcos, produzia frutos esféricos e em pequena quantidade, pelo que levou o nome de Cyrano. Teve vida curta e faleceu ano passado.
O terceiro, é perfeito! Com uma enorme copa, verde-brilhante, fechada, permitindo, apenas, a passagem de dardos de luz solar, é um emérito produtor e reprodutor, pois ao seu redor, todo ano, pequenas réplicas suas aparecem. Seus frutos são lisos, brilhantes e uniformes, com a forma tradicional das castanhas e todos grandes. Nenhum vizinho nosso fica sem castanhas no Natal; cada um sai levando, por vezes, um carrinho até à boca. Mereceu o nome de "D.Juan".
Na foto que ilustra esta crônica, o D.Juan é parcialmente visto por trás dos coqueiros.
Já perceberam a aberração? Coqueiros, tradicionalmente símbolo de litoral do trópico, dividindo espaço com um castanheiro, vindo dos confins da Ásia...e, por cima, a 1200 metros de altitude!
O escrivão, Pero Vaz de Caminha, se o visse agora, diria, qual Camões: "Cantando, espalharei por toda a parte, se assim me ajudar engenho e arte!" - Falei que dava tudo, e não é que dá mesmo, ó pá?