No escuro do sol a confusão de pensamentos

Corro numa esteira de vime, confundo prata com lata e nada me ataca da mesma forma; olho sempre com um certo receio e não vejo o que realmente quero; pego fila, mas não pago nada; paro em faixas de pedestre, mas não atravesso; tenho medo do infinito, pois sei que cometerei mais que um delito. Adoro o balançar do seu vestido e os seus cabelos soltos no ar, mas se você me pegar chorando ou triste não perca seu tempo com preocupações, a insanidade tem momentos de felicidades e se expressa na forma de lagrimas salgadas como o mar; choramos por felicidade mesmo tendo motivos para sorrir. Sabemos que cada um tende a ter suas dificuldades e facilidades, mas não podemos vibrar com a tristeza alheia só por ter nela nossa alegria; tudo se torna rebelde diante de um prefácio, mas não é tão simples assim, repartirei o tudo e filosofarei sobre o ditado que diz “dia de tudo é véspera de nada” e acho que posso dar um gole na minha taça de vinho e retomar do ponto inicial, mas podemos retomar no gargalo da sabedoria e observar o álcool que escorre em minha taça. Ele me provoca a libido e me deixa um pouco mais alto do que meus 190 centímetros; a sensação é de liberdade e ao mesmo tempo sinto uma grande algema em meu cérebro, condicionado a tudo que é manipulado. Sei que não tem sentindo nenhum minhas palavras e que isso não passa de uma confusão de pensamentos, tudo se mistura e nada tem ponto fixo e de repente como uma metralhadora ele começa soltar idéias e pensamentos contra o papel; olho meus dedos e a tinta da caneta já escorou em minha pele, perco o fio da miada e volto de um ponto do qual nem sei da onde surgiu. Vou prosseguindo e refletindo naquilo que sai por impulso, tento racionalizar aquilo que foi dito pelo meu cérebro.A minha vontade é de parar com tudo isso e voltar a ser irracional, assim paro de me martirizar com toda essa avalanche de idéias e pensamentos; sei que minhas idéias são completamente abstratas quando vista de um ponto racional, mas o sentido não esta de como se lê e sim de como se interpreta.Acho que a interpretação é bem pessoal e não pode se avaliar o sentido das coisas que são diferentes para cada pessoa; olhamos a mesma coisa, mas não vemos a mesma imagem. Não somos iguais em nenhum ponto de vista, não podemos seguir modelos, temos que ser autênticos e verdadeiros conforme queremos e não conforme a normas e regras.A sapiência do homem não pode ser brecada, não contenha suas idéias dentro da sua alma, sinta –se livre coloque para fora tudo o que te deixa preso às algemas, vomite essa hipocrisia criada para que você não raciocine, seja oito ou oitenta e oito, seja realmente o que você pensa, não controle seus pensamentos assim como não controlamos nossos prazeres e façamos e seremos lâmpadas no escuro do sol.

R Davoglio
Enviado por R Davoglio em 09/01/2007
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