As vezes peço por um raio
Cansado física e mentalmente eu esperava o ônibus num ponto cheio.
Fazia um calor infernal e em um terno azul surrado um homem meio careca gritava a plenos pulmões. Eram ameaças bíblicas terríveis que ele gritava para todos e para ninguém.
O ônibus demorava. As pessoas se entreolhavam. O homem gritava ainda mais alto. Era desconcertante.
Até que de tanto gritar o homem do terno azul teve um treco e caiu duro. Calou-se. Graças a Deus.