Foco de Lua!
Na escuridão da noite
Tudo que brilha é um foco de luz,
que não mostra nada
além daquilo que se quer ver.
Por onde caminha o poeta,
solitário, cabisbaixo,
pensativo e sonhador.
Pisando em folhas secas,
mortas que se quebram
com o peso da vida.
Amante da madrugada,
sonha enquanto cria,
poesias que jamais serão lidas,
pois são palavras soltas ao vento,
sussurradas, que surgem do nada
em sua cabeça, germinada em seu coração.
Anda sem destino, sem motivos,
sem razão, apenas anda
com suas dores, pesares
e desejos frustrados.
Cansado, ele se aconchega
sob a árvore, agasalha-se
com as folhas umedecidas,
pelo orvalho,
já vai a noite alta e fria,
adormece e esquece.
À noite agora enluarada,
sua amante mais amada,
traiçoeira e malfadada,
lança lhe o frio intenso,
úmido e insistente.
Dorme o poeta,
seu sono mais profundo.
Brilha o sol e inerte está
aquele que com a noite se foi,
levando consigo
o silêncio eterno,
envolto no doce beijo da morte!
(Aona)