QUERO VIVER MAIS 1000 ANOS

Não sei quando vou, e para onde. Quando vou parar de respirar. Não tenho condição de saber e se tivesse me negaria a tomar conhecimento. Os adivinhos dizem que este 2012 é o ano do fim de tudo. O fim é a todo momento.

A cada segundo, milésimo de segundo morrem centenas ou milhares de seres. Bactérias, vírus, insetos, animais, árvores, riachos, rios, montes, montanhas, pessoas perdem a capacidade de existir. Inúmeros outros vão se constituindo, vão nascendo para dar condição de vida a outros elementos. Milhões de bactérias, vírus e células, insetos, árvores nascem a cada segundo para dar continuidade à vida, para condicionar vida a um macrouniverso.

A Terra é dinâmica. Envolta numa cosmogenia chamada Universo ela renasce, morre, revive periodicamente.

Deixarei de existir quando não mais respirar: aí será meu fim do mundo.

Porém, antes desejaria fazer o que me da prazer: alimentar-me deliciosamente, curtir o carinho de minhas filhas. Sentir prazer com minha mulher. Bater papo descontraído com meus amigos, escrever as coisas que acredito serem satisfatórias para mim e para quem esteja disposto a ler. Ler os livros que gosto, além de assitir os filmes dos cineastas fascinados pelo mundo e seus prazeres e que acreditaram num mundo tão esplêndido que faz a gente ser eterno, mesmo que nossso mundo acabe cada vez que nossa respiração para.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 05/01/2012
Reeditado em 05/01/2012
Código do texto: T3424657
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