Casa Abandonada.

A casa está velha. O portão da frente e todas as demais instalações estão caindo aos pedaços. O lodo da parede externa encontra-se tão espesso que existem samambaias brotando. O quintal está puro mato, cheio de insetos.

Adentrando, a iluminação é precária, denotando sérios riscos de curto-circuito. O cômodo onde me encontro não tem lâmpada e muito menos o bocal funciona, eis que pinga água da chuva.

Sobre minha mesa empoeirada existe uma velha máquina de escrever Olivetti Linea 98, alguns mini-códigos puídos e ultrapassados e uma latinha oxidada como suporte de canetas.

Em todos os cômodos vê-se muitas infiltrações e rachaduras, e o forro de madeira acima de onde estou sentado possui um buraco enorme e, com a telha acima também quebrada, dá-se para ver a luz do dia.

Por estar chuviscando, para atender devidamente os assistidos, tenho que ficar driblando as gotas que caem.

A casa causa a impressão que vai rachar ao meio. O banheiro está inoperante e me parece que existe uma família de gambás vivendo sobre os forros.

Tive que me esforçar para preencher os relatórios dos assistidos, pois a sala possui apenas “iluminação natural”, forçada, e acima de tudo, como está nublado, juntamente com minha visão frágil, complicou-se a situação.

Para quem pensou diferente, a descrição acima refere-se à Casa do Advogado da Comarca de Miguelópolis/SP, Subseção de Ituverava-SP, cujo presidente visita apenas em período de eleições do representante da classe... Político como os demais...

Abraços! Espero que São Pedro colabore...

SAvok OnAitsirk, 11.01.12.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 11/01/2012
Reeditado em 11/01/2012
Código do texto: T3434812
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