Casa Abandonada.
A casa está velha. O portão da frente e todas as demais instalações estão caindo aos pedaços. O lodo da parede externa encontra-se tão espesso que existem samambaias brotando. O quintal está puro mato, cheio de insetos.
Adentrando, a iluminação é precária, denotando sérios riscos de curto-circuito. O cômodo onde me encontro não tem lâmpada e muito menos o bocal funciona, eis que pinga água da chuva.
Sobre minha mesa empoeirada existe uma velha máquina de escrever Olivetti Linea 98, alguns mini-códigos puídos e ultrapassados e uma latinha oxidada como suporte de canetas.
Em todos os cômodos vê-se muitas infiltrações e rachaduras, e o forro de madeira acima de onde estou sentado possui um buraco enorme e, com a telha acima também quebrada, dá-se para ver a luz do dia.
Por estar chuviscando, para atender devidamente os assistidos, tenho que ficar driblando as gotas que caem.
A casa causa a impressão que vai rachar ao meio. O banheiro está inoperante e me parece que existe uma família de gambás vivendo sobre os forros.
Tive que me esforçar para preencher os relatórios dos assistidos, pois a sala possui apenas “iluminação natural”, forçada, e acima de tudo, como está nublado, juntamente com minha visão frágil, complicou-se a situação.
Para quem pensou diferente, a descrição acima refere-se à Casa do Advogado da Comarca de Miguelópolis/SP, Subseção de Ituverava-SP, cujo presidente visita apenas em período de eleições do representante da classe... Político como os demais...
Abraços! Espero que São Pedro colabore...
SAvok OnAitsirk, 11.01.12.