No almoço anual dos ex-alunos do Colégio Santo Agostinho a conversa predominante foi sobre a inquietação que nos traz a sensação de não conseguirmos “passar” para os filhos os valores da nossa época de  juventude. Isso não significa que nós, os mais velhos, ignoremos que os jovens têm o direito de ser eles com sua cultura de hoje, virtual ou não.
Somos confrontados a cada momento com a sensibilidade diferente da juventude que, via de regra, parece individualista e pouco interessada na opção política, dando-nos a falsa impressão de não saberem como agir.
            Não que eu seja implicante, mas nessas ocasiões gosto de dizer que quando éramos jovens como eles, os engajados e conscientes também eram uma minoria. Minorias frágeis e impotentes, mas capazes de suscitar uma descendência que está mais no futuro que no presente. Assim, digo aos casais meus amigos, que mesmo parecendo incapazes de “passar” nossa herança cultural, de fé e de opção política aos mais jovens, é a nossa própria perseverança que irá fecundar a eterna possibilidade de um mundo novo possível. Percebo isso na juventude dos indignados em diversos países da Europa, no movimento Ocupem Wall Street nos EUA, nos estudantes do Chile protestando pelo ensino gratuito e uma lei de educação mais democrática e por essa juventude que embeleza e enriquece as Fundações com seu voluntariado e cada fórum social mundial com seus acampamentos juvenis.
            A perseverança é premio, o resto é consolação...