COISAS DO VALE

Alheias à tudo,as buraqueiras tecem quietudes ao fim do dia.
A tarde se agiganta e elas,as  corujas, profetizam
uma grande noitada!

Em algum lugar,um sanfoneiro rompe silêncios.
A  canção que voeja ao  longe,muito longe,
macula a pureza do tempo.
[Lamuriante ,insistente, apaixonada...]
Carrega um certo encantamento,apesar da  dolência.
A  mansidão de estrada pede passagem entre araucárias

Arrasta-se na placidez da boca da noite como a acudir  o choro da sanfona.
Compadecido, o céu entrega os pontos : Rasga-se! dilacera-se  em ouro puro.

E aquele lamento desafinado,uivando paixões, atira-se nos braços da noite.
No céu enegrecido, estrelas dizem entre si:
[Coisas do vale!...Coisas do vale...]


fotos  do  autor:Riozinho  de  Baixo (Rebouças PR) tarde  de  domingo:15/01/2012



COMENTÁRIOS

16/01/2012 22:51 - Giustina
Que lindo, Joel! Fotos maravilhosas, adoro corujas! Encantadoras palavras para descrever a chegada da noite. Beijão.