QUANTO VALE OU É POR QUILO?

Mais uma vez, com a sagrada benção da pirataria educativa, conheci outra obra prima do cinema Brasileiro, que aliás não anda devendo nada a Hollywood. "Quanto vale ou é por quilo?.O filme mostra duas épocas aparentemente distintas, mas que ao buscar entender melhor as entrelinhas se assemelham, na condução de uma maléfica dinâmica social. Claramente é possível notar a corrupção impune, a violência apadrinhada pela necessidade de sobreviver na ânsia que o sistema capitalista provoca em quem não tem subsidios para girar em seus circulos de glamour. Diferenças sociais absurdamente mostradas, com a miséria fazendo contraste com a usura. Pessoas que se desvalorizam tanto ao ponto de tornarem-se objetos de manipulação, perdendo violentamente suas referências. Outro paralelo que se pode fazer entre passado e presente è a presença do Capitão do Mato, mergulhado no lamaçal do desrespeito ainda lá pelo escravista século XVII, onde estes caçadores de negros se embrenhavam matas a dentro, em busca dos inermes "animalizados" que queriam se livrar daquela condição. O que choca é que grande parte dos Capitães também eram negros. Todavia ainda que lhes faltasse o caratér e o amor, eram recompensados com o vil metal pela captura. O lixo da dependência financeira. Se naquela época o Estado apoiava e oferecia suas leis para manter a animalização dos Africanos, hoje abre enormes fendas na sociedade, com sua morosidade e muitas vezes ausência para resolver questões que envolvem os portadores de menor poder de compra que em grande parte são negros. Algo que o filme desperta de forma notavelmente salutar é sobre a lucratividade do Terceiro Setor, que vai preencher a lacuna deixada pelo Estado, usando negros, brancos e mendigos para promoverem seus nomes de ONGs, acalentando suas contas em diversos Bancos, com o chôro de fome dos pequenos desnutridos enganados com cestas básicas super-faturadas. Outro acontecimento que desperta para uma crise de valores que o Brasil ainda não se curou desde os anos de Monarquia é a questão prisional. Todos os dias acontecem crimes: assaltos, estupros, assassinatos, peculatos, sequestros, tráficos de drogas e de animais e outros que talvez ainda não haja código para classificá-los. O paradoxo: dentro da sociedade existem escolas, igrejas, clínicas de recuperação e Psicólogos pagos pelo SUS, tudo isto para orientar o cidadão de alguma maneira e evitar entre outras coisas a sua "moradia nos presídios" que acaba por onerar a sociedade pela segunda vez. Questiono o aumento exagerado destes "casulos de gente"! Que se repense as ações das entidades, que usam da boa fé do homem, lhe tomam o dinheiro e não dá resultado satisfatório! Ouvi dizer que tem Igreja por aí sugerindo que mande seus problemas para o monte onde o delituoso Abraão tentou matar seu filho, lá longe...

Muitos reais além daquilo que você pode pagar. Se bem que isto não é mais problema se você é servidor publico de qualquer esfera, aposentado ou pensionista seus problemas acabaram (parafraseando os Cassetas) você sobe o monte abençoado (financiado) e desce com as prestações de sumir de vista. Quanto vale ou é por quilo?

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