A loira e o português!

(nota: ao observar a palavra censurada "c******", troque-a mentalmente por aquele termo de baixo calão que expressa espanto ou indignação, cujo final lembra a palavra "alho" e início a palavra "cara").

Certa vez, conversando com uma amiga pela Internet, pude ter idéia da inacreditável versatilidade e riqueza da nossa língua.

Como fazia sempre de costume com os amigos na rede, de brincadeira, escrevia termos inventados durante a conversa. Palavras que dizia fazerem parte do dialeto "gabrielês". No Orkut existe até um glossário (!) onde explico significados de termos como "chapoletar o quiombo", "felespar o cotubão", "piche mole" e "abreganhá uns arrôcho".

Usava termos assim durante a conversa com minha amiga, que é loira. Em certo ponto da conversa ela perdeu a paciência e disparou:

" Fala português comigo, c******!"

Deixei de conversar por alguns minutos para que a irritação dela fosse embora. Ela percebeu que eu estava calado e me chamou. Perguntou o porquê do silêncio e se eu estava chateado. Eu disse que li aquela última frase dela na conversa várias vezes, matutei, pensei, raciocinei, peguei papel e lápis, mudei as palavras de posição e me dei conta de que com aquele conjunto de palavras podia formar várias sentenças! Escrevi as frases para ela ler.

1) C****** fala português comigo.

2) C******, português! Fala comigo!

3) Comigo, português fala c******.

4) Comigo, português, c****** fala!

5) Fala c****** comigo, português!

Pensei que ela ia se acalmar, se divertir e descontrair um pouco com a descoberta. Infelizmente aconteceu o oposto do que eu esperava e a moça ficou uma arara! Disse que se me encontrasse na rua aquele dia, ia "me pegar de cinta".

Portanto meus amigos, deixo aqui neste parágrafo final um conselho: quando vocês perceberem que alguém com quem estão conversando perdeu a esportiva, lembrem-se que esta é uma PÉSSIMA hora para se falar das curiosidades da Língua Portuguesa. Especialmente se este alguém for uma loira! E tenho dito.