"Briga de Galo”.

Se existisse especialista, este era Agnelo.
Como quem não quer nada, fumando seu cigarrinho Astorga.
Quando via galinhos e franguinhos de (leite) novos, se oferecia para comprar.
Chegou ao cúmulo de pagar dez mil réis em um franguinho índio.
Examinou as asas, as coxas, o peito, e falou: Este é campeão.
Não deu outra, levou para casa colocou em local separado, deu-lhe vitamina, pó de osso e sei mais lá o quê?
Breve o guerreiro, o nome do galo campeão, não tinha para ninguém.
Agnelo mandou fazer uma capa para o bicho, espora de aço, virou vedete.
Ganhou dinheiro como lutador, se já era famoso ficou mais ainda.
De repente apareceu outro lutador forte.
Agnelo colocou tudo na aposta até a mãe.
Mas o guerreiro não falharia, tinha sangue de assassino.
Seria duas esporadas uma bicada e já era.
Seria mamão com açúcar.
Foi uma tristeza.
Assim que soltaram os galos na rinha, o Guerreiro tomou um par de esporadas na asa, resistindo tomou outra no olho, aí amarelou e tomou outras.
Quando quis reagir tomou o (Xeque Mate).
Agnelo chorava que nem criança, mas não era por ter perdido.
Ele conhecia o bicho, houve maracutáia.
Sem nenhuma prova, mas parece que o Guerreiro foi visitado à noite de véspera, benzeram sua água.
Ele pagou a aposta e ficou pobre.
Desistiu de rinha.
Pouco depois morreu do coração.
Quando envenenaram a água do Guerreiro, envenenaram Agnelo também.
Em alguns locais do Brasil, até nas grandes cidades, existe a rinha de galo.
É crime, mas ela existe e tem por lá alguns Agnelos aficionados pelo esporte.

Oripê Machado.
Oripê Machado
Enviado por Oripê Machado em 26/01/2012
Reeditado em 26/01/2012
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