Nada do que eu imaginava
 
          Numa manhã de sábado, soltei da cama, atordoado pela multidão de transeuntes pensamentos que afloraram os temores de um enfrentamento inevitável daquele que eu não pensava, tão breve, vê-lo em um horizonte distante.
          Não sei o porquê da ideia de ter que pedir para namorar em casa, após 10 meses namorando a sós. Agora, já me imagino aturando seu irmão de 10 anos – aquele moleque é muito ciumento e travesso e tem a mania de vigiar todos os passos de sua irmã.
          Chegou a hora. Estou aflito. Parado em frente a sua casa, indeciso se toco ou não a campainha. Minha cabeça parece um deserto. Meus pensamentos buscavam palavras; palavras certas? Onde estão as palavras? Apenas uma dúzia delas que me desse a firmeza nas pernas.
          De repente, a porta se abre. Meu coração dispara. Estou em choque! Surge um senhor com um sorriso aberto e diz: _ Pode entrar. Você é o rapaz que a Vanessa disse que ia vir? Pode namorar ela. Entra logo e sente-se. Você parece que vai desmaiar!
          Fiquei alguns segundos, ainda, parado sentindo um misto de surpresa e alívio, já que tudo que eu imaginava foi jogado por terra. E eu nem precisei elaborar um discurso que impressionasse seu pai; um discurso com poder de persuasão visando sua permissão para o namoro, tudo que me veio a cabeça foi:
          Ufa! O monstro é feio, mas é bonzinho. 
Emerson Mattos
Enviado por Emerson Mattos em 26/01/2012
Reeditado em 26/01/2012
Código do texto: T3463035
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