CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO ?

CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO ?

Olhando algumas escolas do município onde vivo, poderíamos viajar no tempo, e pensar que tratam-se de campos de concentração da famigerada Alemanha nazista. Poderia ser Treblinka, Auschwitz, Dachau ou outro campo qualquer, onde exterminavam-se pessoas em nome da purificação da raça ariana.

Uma atrocidade, em nome de uma paranoia coletiva, capitaneada por um tresloucado.

Todavia, essas escolas, por incrível que possa parecer, não são campos de concentração, pelo menos não similares, aqueles citados acima.

Como padrão,os muros altos com cacos de vidro em suas extremidades, as cercas de arame farpado e cortante, as câmeras de vigilância, portões fechados com grades e grandes cadeados, compõem um visual desolador.

Fico me perguntando, o que as crianças que estudam nessas escolas vão aprender, não em português, matemática, ciências ou outras matérias curriculares, que diga-se de passagem, já andam aprendendo bem aquém do necessário, mas essa é outra história. O que vão aprender nos aspectos de liberdade e relações humanas.

A escola é o primeiro estágio da vida, onde começamos a dar valor ou não, aos aspectos da vida em sociedade, onde deve imperar a convivência respeitosa, a compreensão, a amizade e todos os valores relativos a cidadania.

Aí você chega a escola, e a vê cercada qual um campo de concentração, com mestres e alunos acuados, e os muros, grades e arames farpados são a pseudo segurança, para isolá-los e protegê-los do mundo em que “vivem”, e a quem sabe, irão ou não sobreviver.

Ao contrário dos alemães em sua loucura coletiva, não se pensa aqui, em purificação da raça, mas sim da fuga da realidade, que é cada vez mais brutal e menos humana, graças a nossa incapacidade, em pensar um país melhor para nossos filhos e netos. Estamos formando, uma geração sem liberdade de ir, vir e estar. Sem autonomia, sem noção de coletividade, enfim sem cidadania. Estamos aprisionando o corpo e a alma de nossas crianças.

Como dizia Boris Casoy “ isso é uma vergonha “.

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 26/01/2012
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