Insensibilidade pós moderna

Nas alamedas da vida, andar calmo, livro aberto nas mãos, revoar de pássaros, bancos de praça com propagandas, crianças que brincam inocentemente, ôpa! crianças não; elas devem estar em fernte a um computador, televisor, video game ou qualquer coisa do gênero. Estão seguras, não pertencem mais ao quadro natural da vida; agora o perigo é diferente: muita cultura, regada à promiscuidade, violência, mentiras e ilusões de consumo. Elas, segundo recentes pesquisas, visualizam, em um dia, propagandas que, há cinquenta anos atrás, só veriam durante cem anos de existência. Chegamos, portanto, a uma triste conclusão: nós os professores, nessa nova configuração pós modernista da vida, não formamos cidadãos e sim consumidores. Porém, o que não nos damos conta é que, existem diferentes categorias de consumidores e, a maioria esmagadora das nossas crianças, infelizmente, tornar-se-ão consumidores de quinta categoria.

O que isso implica? É que, para buscar o mérito, a dignidade humana, em uma sociedade corrupta, fria, calculista, e acima de tudo competitiva e extremamente capitalista no sentido genérico da palavra, para conseguir melhor posição no "ranquim" do consumismo, valer-se-ão da violência tão bem ensinada em filmes e conversas de adultos, do tipo: "não levo desaforo...","comigo bateu levou" e sabe-se lá quantas outras; e tudo isso poderá redundar em um tipo de prostituição que nem sempre é sexual; é apenas produto do adulterar, alterar o ciclo natural das coisas, o destruir da incência com músicas, filmes, games, danças que simulam situações sexuais que deveriam estar apenas no ambiente adulto, se é que deveriam, e tudo no seio das melhores famílias, sob a alcunha de "arte", aquela mesma que Nietzche diz que salva.

Ainda bem que deixaram as alamedas, o revoar dos pássaros, a brisa, os livros, os bancos de praça e suas "inocentes" propagandas; porque, as crianças, há muito estão em extinção, são pequenos adultos, à deriva, sem lei e sem rei; enquanto muitos agem irresponsávelmente, como se fossem crianças.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 31/01/2012
Reeditado em 31/01/2012
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