MUDA EU, MUDA VOCÊ, MUDAMOS TODOS NÓS
 

Ontem eu escrevi um miniconto  onde eu afirmo que , enquanto as águas passam por debaixo da ponta e os dias passam por mim  eu e a ponte continuamos as mesmas e o intitulei de “Monotonia”, querendo dizer com isso que no momento em que escrevi, sentia  uma  mesmice, um vazio, uma calmaria,  uma morgação. Todos os amigos que me comentaram, discordaram do meu ponto de vista . Tudo muito bem, tudo muito certinho. Outro dia eu também disse, citando Martha Medeiros, que eu era um ser imperfeito bem intencionado que mudava de opinião sem a menor culpa. Isto posto, quero dizer que os meus amigos estão certos, mudamos sim.

E, para corrigir o  a minha afirmação   não corri para o pensatório e sim para perto das águas, lá sentei e deixei o meu pensamento regredir até os anos 540/480 aC., e trouxe até mim o pensador grego Heráclito , que considerava  que a mais típica característica da Natureza era a constante mudança, que tudo flui e nada dura infinitamente.  Ele também afirmou “ninguém pode tomar banho duas vezes nas águas do mesmo rio”, porque o rio está em constante mudança, mas mais ainda, porque também o está quem nele mergulha.

 Para refletir mais um pouco, estou cá pensando sobre uma outra afirmação de Heráclito : a de que a diversidade no mundo é responsável pelo  conflito dos contrários e da permanente presença destes. Sem guerra não haveria paz, sem saúde não existiria a doença, sem a fome não teríamos prazer em comer. Dai, a desessemelhança  resulta da harmonia do Universo.

Bem pensado...
 
 
 
 


 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 31/01/2012
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