Esperança... Esperar.

Esperança... Esperar.
Não é verde, é madura. Acalenta os corações na certeza da espera. Espera a mãe o filho nascer com sonhos, ilusão e fé. Esperança de ser um menino como o pai, sábio como o avô. Ou aquela menina de sorriso meigo que vai ser carinhosa e prendada, linda é certeza. Espera o filho andar e ir para escola na esperança de um dia ser doutor e ter uma vida mais digna sem tantos apertos. A esperança do vestibular que deixa pais aflitos sem saber se a escolha é certa ou se terá o dinheiro suficiente para bancar os gastos que serão muitos. Tanta forma tem a esperança. Forma de namorada e nora, ou genro trabalhador e digno que amara e protegera a filha. A aposentadoria e a vida sonhada de viagens, passeios e descanso... Esperança não realizada ao ver que a aposentadoria não paga remédios que são necessários com a idade e exames, que o plano de saúde, que uma fila de espera enorme se leva mais de dois meses para consultar. O sistema de saúde tão cantado e falado em palanques de políticos...
Tem fila de espera para internar, tem fila para o dentista, tem fila para exames, tem fila para encostar e aí a esperança começa a acabar. O médico deu atestado do governo escreve recusado você pode recorrer. E a esperança faz voltar lá e não tem como trabalhar... E a esperança faz procurar um advogado e mais fila para esperar o juiz julgar... Esperança não é verde-amarela. Esperança é incerteza do amanhã. Foi um dia consolo e ainda é, mas minada e destruída pela realidade. Esperança tão cantada em prosas e versos, por apaixonados é refúgio. Tantas formas e uma única certeza só o tempo responderá. Qual é a sua esperança?
Desejo que você a realize.
Dione Fonseca